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BTG e Hashdex explicam queda no preço do bitcoin e apostam em recuperação

Gestoras de produtos ligados ao setor de criptoativos enviam comunicados para explicar volatilidade e tranquilizar os investidores: 'fundamentos inabalados'

 (Andriy Onufriyenko/Getty Images)

(Andriy Onufriyenko/Getty Images)

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Gabriel Rubinsteinn

Publicado em 20 de maio de 2021 às 17h15.

Última atualização em 20 de maio de 2021 às 17h37.

A saída de mais de 1 trilhão de dólares do mercado de criptomoedas na última semana, além de derrubar os preços de ativos digitais como o bitcoin, causou preocupação nos investidores, em especial nos investidores mais novos, ainda pouco acostumados com momentos de grande volatilidade, que são relativamente comuns no setor, fazendo com que gestoras de produtos de investimento ligados ao mercado de criptoativos precisassem se posicionar.

"O mercado vem pesado desde a semana passada devido à algumas notícias negativas, como os tweets do Elon Musk questionando o consumo energético do bitcoin e suspendendo os pagamentos com a criptomoeda para compra de veículos Tesla, e a notícia de um suposto aumento das restrições aos criptoativos na China, o que foi um pouco distorcido, já que o que aconteceu foi apenas a reiteração de políticas estabelecidas em 2013 e em 2017", explicou o head de digital assets do BTG Pactual, André Portilho, citando as causas para o aumento da força vendedora e consequente queda nos preços das criptomoedas, em vídeo divulgado pelo banco de investimentos na quarta-feira, 19.

"O mercado segue pesado, apesar de já ter recuperado parte das perdas, a história ainda não está contada. O importante desse movimento todo é entender que os criptoativos são uma nova tecnologia, e qualquer investimento numa situação dessa traz sempre duas vertentes. Uma é a oportunidade assimétrica de investimento, e a a segunda é o fato de que esse investimento vai vir acompanhado de mais volatilidade e mais risco. Por isso, é fundamental saber dosar o tamanho de entrada neste mercado, que seja compatível com o seu nível de risco e quanto você quer alocar no setor", completou o especialista, em recado aos investidores do setor.

Nos últimos meses, o BTG Pactual tem se posicionado bastante ativo no setor de criptoativos, principalmente devido ao lançamento de dois produtos de investimento diretamente ligados ao setor - os fundos "BTG Pactual Bitcoin 20 FIM", voltado para investidores comuns e com exposição de 20% à criptomoeda, e o recém-lançado "BTG Pactual Bitcoin 100 FIM IE", para investidores qualificados e com exposição de 100% ao ativo digital.

A gestora Hashdex, que no final de abril lançou o primeiro ETF de criptoativos do Brasil, listado na bolsa brasileira B3, também enviou um comunicado aos investidores após a alta volatilidade do mercado, que fez com que o fundo índice despencasse quase 10% ao longo do dia.

De acordo com a empresa, as notícias que provocaram a queda nos preços não afetam os fundamentos do bitcoin e dos criptoativos: "Seja de maneira deliberada ou não, o fato é que as declarações de Musk sobre criptoativos possuem forte influência sobre seus preços. Entretanto, nem a volta atrás da Tesla nem o 'requentamento' da pauta do consumo de energia do Bitcoin mudam substancialmente os fundamentos das principais teses de investimentos".

"O que estamos vivenciando no mercado de criptoativos é como uma superposição de duas ondas com origens absolutamente distintas. É importante ter em perspectiva que, nos últimos meses, muitos investidores ganharam muito comprando criptoativos e estavam esperando algum sinal para realizar seus lucros. Dito isso, nada muda em relação à nossa perspectiva para o futuro dos criptoativos. Seguimos extremamente confiantes nas potencialidades da tecnologia e na oportunidade trazida por essa nova classe de ativos", diz o comunicado da gestora.

Além de demonstrar confiança no setor para o futuro, a Hashdex também fez ressalvas quanto aos riscos inerentes a esse mercado e a necessidade de alguns cuidados por parte dos investidores: "O primeiro deles diz respeito ao tamanho da alocação em criptoativos no seu portfólio. É importante que o tamanho da alocação seja tal que, mesmo em um cenário adverso de forte queda, o investidor sinta-se confortável para mantê-la. O outro princípio diz respeito ao horizonte de investimento. Nossa recomendação é que os investimentos em criptoativos sejam feitos com horizontes de tempo de anos".

No seu comunicado, a Hashdex também ressalta que eventos como os dos últimos dias reforçam uma das principais teses para investimentos em criptoativos: a descorrelação. "Os principais eventos que impactam o preço dos criptoativos são relacionados à adoção, regulação, melhorias na tecnologia e outros que são quase que exclusivos dessa classe de ativos. Por isso, as criptos contribuem bastante para a diversificação quando adicionadas a portfólios de ativos tradicionais".

Depois do susto nos investidores durante a quarta-feira, os criptoativos recuperam parte das perdas nesta quinta. O bitcoin, por exemplo, que chegou a ser negociado abaixo de 30 mil dólares por alguns minutos, agora é cotado próximo dos 40 mil dólares. O ether, que despencou para 2.100 dólares, é negociado a 2.800 dólares. Os dois criptoativos, entretanto, ainda seguem distante das suas máximas históricas, registradas nas últimas semanas.

No curso "Decifrando as Criptomoedas" da EXAME Academy, Nicholas Sacchi, head de criptoativos da Exame, mergulha no universo de criptoativos, com o objetivo de desmistificar e trazer clareza sobre o funcionamento. Confira.

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