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Banco justifica mau desempenho de fundo por falta de exposição ao bitcoin

BNY Mellon, que tem mais de US$ 40 trilhões em ativos, justifica performance ruim de ETF por falta de exposição à criptomoeda e por aporte em mineradora de ouro

 (Bloomberg/Getty Images)

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GR

Gabriel Rubinsteinn

Publicado em 30 de abril de 2021 às 13h08.

O BNY Mellon, banco norte-americano com mais de 40 trilhões de dólares em ativos, divulgou documento nesta semana em que lamenta o desempenho de um dos seus ETFs, dizendo que o fundo de índice foi impactado negativamente devido à falta de exposição à empresas que investem em bitcoin.

O BNY Mellon Opportunistic Small Cap Fund (DSCVX), que rendeu 35% entre setembro de 2020 e fevereiro de 2021, não alcançou a performance do seu índice de referência, o Russell 2000 Index, que acumulou ganhos de 41,7% no período. O ETF investe pelo menos 80% do seu patrimônio em empresas de baixa capitalização de mercado (small caps).

"A performance do fundo foi prejudicada também pela decisão de não investir na Microstrategy, cujas ações valorizaram quando a empresa investiu em bitcoin", diz o banco, em documento enviado à Securities and Exchange Commission (SEC), a "CVM dos EUA".

O documento ainda cita que o fundo também foi prejudicado pela queda no preço do ouro, já que o ETF investe na mineradora Alamos Gold. O relatório reacende a discussão sobre uso do bitcoin como reserva de valor em substituição ao ouro, citando como a performance do ETF teria sido melhor se tivesse optado pelo "ouro digital" ao invés do metal precioso.

Atualmente, 88 ETFs dos EUA têm exposição às ações da MicroStrategy, incluindo o Amplify Transformational Data Sharing ETF (BLOK), que investe em diversas empresas ligadas ao mercado de criptoativos e tem a sexta melhor performance do ano entre os mais de 2.200 ETFs listados no país.

Apesar do arrependimento pela falta de exposição à MicroStrategy, o BNY Mellon tem se mostrado otimista com o setor de criptoativos. Além de ter anunciado aporte de 133 milhões de dólares em uma rodada de investimentos da Fireblocksh, empresa de custódia de criptoativos para investidores institucionais, o banco também anunciou, em fevereiro, que vai fornecer aos seus clientes diversos produtos ligados às criptomoedas.

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