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Com Rússia fora do Swift, nível de atividade na rede Bitcoin dispara

Dados do blockchain mostram que o total de bitcoins ativos atingiu maior valor desde 2020; uso da criptomoeda como proteção contra desvalorização do rublo russo é principal motivo

(NurPhoto/Getty Images)
GM

Gabriel Marques

Publicado em 4 de março de 2022 às 14h52.

Última atualização em 4 de março de 2022 às 15h21.

A remoção dos bancos russos do sistema Swift, causada pela invasão da Ucrânia pela Rússia, fez com que a atividade do bitcoin chegasse aos níveis mais altos em quase dois anos. O aumento, entretanto, não está ligado a uma manobra do governo da Rússia para driblar as sanções econômicas, mas pelo uso da criptomoeda por cidadãos russos, que viram sua moeda nacional, o rublo, cair 20% em valor durante o último fim de semana e recorrem ao bitcoin como reserva de valor.

Segundo dados da Delphi Digital, desde que o rublo russo foi banido do sistema Swift, usado por instituições financeiras para transferir dinheiro para outros países, com o objetivo de paralisar os ativos do Banco Central da Rússia, o número de bitcoins ativos — aqueles que transacionaram entre carteiras nas últimas 24 horas — subiu para 565 mil, o maior desde maio de 2020.

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“Enquanto os russos tentam preservar seu capital, o bitcoin surgiu como uma das opções. Isso fez com que ele negociasse a um prêmio de 40%”, afirmou a casa de análises.

A discussão em torno do bitcoin ser ou não uma reserva de valor é uma discussão comum em torno do criptoativo. Especialistas se dividem sobre o tema, mas a opinião de que a criptomoeda poderá atingir esse status em breve, caso o mercado continue crescendo, é praticamente unânime.

“Hoje o bitcoin não é uma reserva de valor. Mas possui todas as características para que possa se tornar uma. É um processo que leva tempo e que necessariamente passa pela adoção e uso. E que se o caminho for mesmo esse, vai passar por uma apreciação no preço”, comentou o head de digital assets do BTG Pactual, André Portilho.

Apesar disso, no caso de países com moedas nacionais muito fracas, crises econômicas e/ou alta inflação, como Rússia, Venezuela, Nigéria, Argentina e muitos outros, o bitcoin é uma forma eficiente de proteção, já que mesmo diante de sua alta volatilidade a criptomoeda tem valorizado ano após ano.

Mesmo com o aumento na atividade na rede Bitcoin não tendo relação com uma possível forma do governo russo driblar as sanções econômicas impostas pelo ocidente — que especialistas em blockchain dizem ser muito difícil de acontecer —, a União Europeia tem concentrado esforços para impedir essa possibilidade.

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