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Maior corretora cripto dos EUA diz que 2024 deverá ser "ano de crescimento"

Em entrevista à EXAME, diretor da Coinbase no Brasil ressaltou que EUA estão "ficando para trás" por falta de regulação

Coinbase é a maior corretora de criptomoedas dos Estados Unidos (Michael Nagle/Getty Images)

Coinbase é a maior corretora de criptomoedas dos Estados Unidos (Michael Nagle/Getty Images)

João Pedro Malar
João Pedro Malar

Repórter do Future of Money

Publicado em 25 de dezembro de 2023 às 10h00.

A Coinbase, maior corretora de criptomoedas dos Estados Unidos, projeta que 2024 deverá ser um "ano de crescimento" para o setor, com a combinação de perspectivas positivas tanto no mercado interno quanto macroeconômicas no próximo ano.

Em entrevista exclusiva para a EXAME, Fabio Plein, diretor regional para Américas da Coinbase, destacou que "o cenário macro é o principal fator que vai impactar o crescimento da indústria cripto e a chegada de mais pessoas que ainda não fazem parte dela".

Sobre as perspectivas para o próximo ano, Plein destacou que ainda não existem certezas, mas que a expectativa da Coinbase é que "seja um ano de crescimento, de retomada de preços, em linha com o que temos visto nas últimas semanas, mas ainda não tem como garantir isso".

Ao mesmo tempo, ele acredita que o tema da regulamentação do mercado de criptomoedas ainda será importante em 2024. Um dos pontos principais será a situação dos Estados Unidos, que ainda não aprovou leis para o setor e enfrenta divergências e atuações mais agressivas dos seus reguladores, em especial a Comissão de Valores Mobiliários (SEC, na sigla em inglês).

"Os países estão evoluindo e, no aspecto regulatório, os Estados Unidos têm ficado para trás. É preciso ter um arcabouço legislativo que dê mais segurança para empresas e usuários. Isso traz crescimento, retomada de valores, mas também acaba sendo uma fonte natural de interesse orgânico das pessoas", explica.

ETF de bitcoin

Outro ponto que será importante para determinar o futuro do mercado de criptomoedas é a esperada aprovação do lançamento de fundos negociados em bolsa (ETFs) de preço à vista do bitcoin nos Estados Unidos. Plein comenta que "os ETFs têm gerado muito interesse e curiosidade no mercado. Eles podem ter um papel de simplificar o acesso dos usuários para bitcoin".

"Hoje quem tem acesso é por corretoras, e o ETF permite que outros perfis de investidores que fazem investimentos por plataformas mais tradicionais possam ter um veículo de acesso para o universo cripto. Então ele representa um potencial de aumento de demanda, interesse e conhecimento sobre cripto e bitcoin", comenta.

No caso da Coinbase, ele lembra que a maioria dos pedidos de ETFs de gestoras trazem a corretora como custodiante dos bitcoins que vão compor esses fundos. "Para a Coinbase é uma oportunidade de aumento de receita, oferecer ETFs na plataforma, um outro canal e produto, e hoje é uma das principais custodiantes do mundo de bitcoin. Temos tido uma série de conversas com esses projetos, colocando pra fazer essa custódia através da Coinbase".

Já em relação à atuação no Brasil, Plein analisa que a exchange conseguiu criar uma operação sólida no país ao longo de 2023, criando "uma experiência totalmente localizada, em português, com uso de Pix, trazendo os mesmos 250 ativos que oferece nos Estados Unidos e produtos que oferecemos lá"

"Ao longo do ano podemos ir refinando essa experiência. A gente está muito otimista com esse produto, que está bem redondo, essa perspectiva de poder ter uma retomada do mercado e um momento para que mais pessoas conheçam mais a Coinbase, testem o produto, o que acaba gerando um efeito que se autoalimenta", diz.

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