CBDCs e moedas privadas

'Banco central mundial', BIS pretende lançar moeda digital ainda em 2020

Também chamado de "banco central dos bancos centrais", BIS pretende lançar CBDC até o final de 2020

BIS: Bank for International Settlements (BIS/Divulgação/Divulgação)

BIS: Bank for International Settlements (BIS/Divulgação/Divulgação)

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Gabriel Rubinsteinn

Publicado em 28 de outubro de 2020 às 13h22.

Última atualização em 11 de novembro de 2020 às 17h37.

O Banco de Compensações Internacionais (BIS), organização responsável pela supervisão bancária global que reúne 55 bancos centrais do mundo todo — inclusive do Brasil —, popularmente chamado de "banco central mundial", anunciou que pretende lançar uma moeda digital própria, em parceria com o Banco Nacional Suíço (SNB), até o final de 2020.

Chamadas de CBDCs (sigla para "Central Bank Digital Currencies") as moedas digitais emitidas por bancos centrais têm ganhado força ao redor do mundo, especialmente depois do governo chinês iniciar os testes com o yuan digital.

“Levamos muito a sério a exploração de CBDCs porque os bancos centrais percebem que isso fornece uma oportunidade essencial para reunir conhecimento e recursos, bem como construir sistemas que se complementam e ajudam a tornar os pagamentos internacionais muito mais rápidos, transparentes e baratos”, disse Benoit Coeuré, diretor do hub de inovações do BIS.

“Estamos desenvolvendo capacidade tecnológica para ajudar os bancos centrais a projetar soluções viáveis para os desafios emergentes. Até o final deste ano, planejamos publicar nossa primeira prova de conceito de um CBDC de atacado com o Banco Nacional da Suíça”, completou.

De acordo com Coeuré, a emissão de uma prova de conceito de um CBDC de atacado abrirá o caminho para experimentos no desenvolvimento de um CBDC de varejo, que pode incluir interligações com sistemas de pagamento existentes, APIs para distribuição, trilhas de identidade digital, monitoramento de compliance, segurança cibernética e combate a fraudes. “Para ajudar nisso, vamos aumentar nossa própria capacidade de blockchain”, disse Coeuré.

Estimativas apontam que 80% dos bancos centrais já iniciaram projetos para desenvolvimento de seus CBDCs — o Brasil é um deles, e o presidente do Banco Central do Brasil, Roberto Campos Neto, já falou até que imagina o real digital em circulação até 2022.

Coeuré disse ainda que a emissão de um CBDC poderá ajudar os bancos centrais a ter maior controle de liquidez e confiança no valor da sua moeda: “Isso pode promover a diversidade de pagamentos, ajudar a tornar os pagamentos internacionais mais rápidos e baratos, promover a inclusão financeira e até mesmo facilitar as transferências fiscais em tempos de crise, como a atual pandemia de Covid-19.”cripto

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Além de se associar ao SNB, o BIS pretende colaborar com o HKMA (autoridade monetária de Hong Kong) e o BOT (Banco da Tailândia), que desde o ano passado exploram em conjunto os CBDCs e seus vários casos de uso.

O BIS também buscará orientação dos bancos centrais do Canadá, União Europeia, Japão, Suécia, Suíça, Reino Unido e EUA.

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