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Brasil realiza 1ª transação com moeda digital da China e facilita pagamentos internacionais

Transação abre caminho para uso de moedas digitais nos pagamentos internacionais; Brasil também pode se beneficiar com o Drex, moeda digital em desenvolvimento pelo BC

(Reprodução/Reprodução)
Cointelegraph

Agência de notícias

Publicado em 4 de outubro de 2023 às 12h18.

Última atualização em 4 de outubro de 2023 às 12h38.

O Brasil realizou sua primeira transação comercial usando uma CBDC. A operação foi feita entre o Banco da China Brasil S.A. e a Eldorado Brasil, uma empresa produtora de celulose, que exportou seus produtos para a China.

A operação faz parte de dois processos em andamento na China e também nos Brics: a desdolarização das economias e o avanço dos pagamentos digitais entre as nações, no caso o uso do Iuane Digital em operações internacionais que a China vem desenvolvendo e incentivando desde 2022.

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No ano passado, nos primeiros testes de pagamentos internacionais usando a CBDC chinesa, cerca de US$ 22 milhões foram transacionados por meio do m-Bridge, um projeto com participação do BIS que testa pagamentos internacionais em moedas digitais emitidas por bancos centrais da China, Hong Kong, Tailândia e Emirados Árabes Unidos.

Fontes junto ao governo já haviam adiantado em março que o Iuane Digital seria usado em transações internacionais entre os países. Na época o governo brasileiro fechou uma parceria comercial com o governo chinês na qual transações entre as nações serão realizadas usando o iuane e não o dólar.

Além disso, em fevereiro deste ano, o Banco do Povo da China, o banco central chinês, assinou um memorando de entendimento (MOU) com o Banco Central brasileiro para a realização de acordos que viabilizem o pagamento do comércio entre os países na moeda chinesa.

No caso da transação brasileira envolvendo o Iuane Digital, o produto foi enviado do porto de Santos para o de Qingdao em agosto e as operações financeiras totalmente executadas no final de setembro, com a conversão dos valores em reais para o pagamento do fornecedor nacional.

A operação foi amplamente comemorada na China e marcou a primeira vez que o Iuane Digital foi usado no continente americano. Na rede de televisão CCTV e no Weibo vários membros do governo comentaram sobre o feito que também foi manchete nos principais veículos de comunicação em Singapura, China e Taiwan.

Depois dessa primeira operação com a Eldorado Brasil outras empresas nacionais já anunciaram que devem realizar operações com Iuane Digital em breve, como Suzano e Petrobras. Segundo as empresas, a demanda por pagamentos em CBDC vem sendo imposta pelos próprios importadores chineses que querem pagar usando a moeda digital.

Caminho aberto para o Drex

A operação com Iuane Digital abre caminho para o avanço do Drex, a moeda digital do Brasil, como forma de pagamento para operações internacionais entre as nações. Embora o Drex seja uma CBDC de atacado, o Banco Central do Brasil nunca descartou a possibilidade do uso do Drex para pagamentos internacionais entre empresas.

Atualmente o Drex está em fase de testes no Brasil e a primeira versão oficial da moeda digital deve ser lançada no segundo semestre de 2024. Embora o Drex ainda não tenha sido lançado oficialmente, o BC destaca que ainda há muitos problemas de interoperabilidades entre as CBDCs já que os próprios Bancos Centrais ainda não definiram a tecnologia a ser usada.

No caso da moeda digital chinesa, embora o governo tenha um blockchain própria, a BSN, o Iuane Digital não usa um sistema em blockchain. O PBOC já confirmou que não usa nenhum ledger distribuído, ou tecnologia blockchain, porque seria inadequado para lidar com volumes de transações antecipados.

O e-CNY exige que os usuários associem alguma informação de identificação com sua carteira digital antes que possam armazenar ou transacionar a moeda, sob um princípio que os funcionários do PBOC chamam de anonimato controlável.

Já o Drex não tem uma tecnologia 100% definida ainda. O Banco Central anunciou que nos testes da CBDC será usado o Hyperledger Besu, uma rede DLT baseada no Ethereum EVM, porém não há garantias de que o sistema será adotado oficialmente pelo BC tendo em vista justamente os testes atuais que avaliam privacidade e segurança do sistema.

Atualmente diferentes instituições, empresas e organizações multilaterais trabalham em protocolos de interoperabilidade entre CBDCs. Swift, Bis, FMI e Visa já divulgaram provas de conceito sobre o tema e declararam que as operações foram bem sucedidas usando sistemas que permitem swap atômicos entre CBDCS em blockchains públicas, privadas e até mesmo em sistemas que não usam blockchain, como o Yuan Digital.

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