Banco suíço UBS (Arnd Wiegmann/File Photo/Reuters)
Da Redação
Publicado em 19 de janeiro de 2023 às 13h26.
O blockchain deixou de ser algo elogiado apenas por “nerds” da tecnologia e agora chama a atenção de grandes executivos das finanças tradicionais e governos em todo o mundo. Colm Kelleher, presidente do UBS, classificou a tecnologia como “imparável” e afirmou que o banco suíço busca maneiras de oferecer o investimento em criptomoedas em conformidade com leis de proteção ao investidor.
A fala de Kelleher aconteceu em um painel sobre os desafios enfrentados pelos bancos no Fórum Ecônomico Mundial, que acontece nesta semana em Davos, na Suíça e reúne os maiores nomes mundiais das finanças e regulação.
Colm Kelleher aproveitou o assunto para mencionar a cautela necessária para que os bancos tradicionais disponibilizem o investimento em criptomoedas, ao mesmo tempo que se mantêm em conformidade com leis e políticas de “conheça seu cliente” (KYC) e anti-lavagem de dinheiro.
“Estamos procurando uma estrutura regulatória que nos permita acomodar isso para nossos clientes”, disse ele, referindo-se ao desejo de alguns clientes do UBS de investir em ativos digitais
O entusiasmo com a tecnologia blockchain, caracterizada como “imparável” por Kelleher, foi compartilhado por outros grandes nomes em painéis do Fórum Econômico Mundial. Para além do investimento em criptomoedas, eles acreditam que a tecnologia blockchain pode ajudar no desenvolvimento e na aplicação de soluções para problemas financeiros do dia a dia.
Em Davos, a necessidade por regulação no setor cripto também foi amplamente discutida no painel sobre os desafios enfrentados pelos bancos. Se reguladores e bancos nem sempre concordam, desta vez eles encontraram um consenso quando o assunto são as criptos.
Colm Kelleher, do UBS, comentou que os reguladores “desviaram os olhos da bola com relação ao setor não bancário”.
“O maior desafio hoje não são os bancos”, respondeu François Villeroy, membro do Conselho de Administração do Banco Central Europeu (BCE). Villeroy ainda citou os episódios recentes de instabilidade financeira, incluindo o desempenho de fundos do mercado monetário, fundos de pensão do Reino Unido atingidos por investimentos movidos a passivos e o colapso da FTX em novembro.
“Todos eles têm uma característica comum – não estão vinculados a bancos. E aqui, ficamos para trás. É mais difícil, porque é um cenário em evolução. Devemos nos apressar para alguma regulamentação não-bancária urgente. Começando com criptos”, acrescentou Villeroy.
Singapura se tornou um grande centro cripto após a China proibir atividades de mineração no país em 2021. No entanto, com os recentes acontecimentos negativos no setor cripto, como a falência de empresas, o ministro de Singapura revelou uma postura bem mais cautelosa com o setor.
“Algumas coisas são muito claras: seja no mundo cripto ou no das finanças tradicionais, você precisa regulamentar certas questões, como a lavagem de dinheiro”, disse Tharman Shanmugaratnam, o ministro de Singapura.
Além disso, Shanmugaratnam sugeriu que regulamentar os criptoativos por meio de lentes bancárias arriscaria legitimar uma classe de ativos que ele descreveu como “inerentemente especulativa” e “ligeiramente maluca”, um comentário que despertou risos de uma multidão em Davos.
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