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Bitcoin tem menor preço em 3 meses: queda vai continuar? Especialistas respondem

Maior criptomoeda do mundo apaga metade dos ganhos de 2023 e volta a assustar investidores; descubra se o preço do bitcoin pode despencar ainda mais

Bitcoin sofre abalo com novos dados da economia dos EUA (Reprodução/Reprodução)

Bitcoin sofre abalo com novos dados da economia dos EUA (Reprodução/Reprodução)

Mariana Maria Silva
Mariana Maria Silva

Repórter do Future of Money

Publicado em 10 de março de 2023 às 18h17.

Última atualização em 10 de março de 2023 às 18h39.

Nesta sexta-feira, o bitcoin caiu para o seu menor valor em três meses: US$ 19.628. Tudo aconteceu muito rápido, com a principal criptomoeda despencando mais de 8% em apenas um dia. O pessimismo, que já vinha rondando o mercado, tomou conta e investidores agora se questionam se a principal criptomoeda pode cair ainda mais.

Cotado atualmente em US$ 19.999, o bitcoin teve um dia de alta volatilidade após a divulgação dos dados de emprego americano, o payroll. A criptomoeda oscilou entre cerca de US$ 19,6 mil e US$ 20,2 mil ao longo do dia, com os “sinais mistos” apresentados pelos novos dados.

O payroll veio acima do esperado, em 311 mil vagas abertas ante uma expectativa de 224 mil. Apesar de menor que o último dado, o que gerou um otimismo momentâneo nos principais mercados de ativos de risco, o payroll mostrou que o mercado de trabalho ainda está aquecido nos EUA. O que torna a tarefa do Fed em conter a inflação cada vez mais difícil.

O mercado de criptomoedas demonstra desde 2022 estar mais conectado à economia tradicional do que se pensa. No último ano, a política monetária dos Estados Unidos foi um dos principais fatores que levaram as criptomoedas para novas mínimas, e agora o fantasma do aumento na taxa de juro pode estar de volta.

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“Temos um payroll ainda acima do que era esperado pelo mercado mas bem menor o que traz otimismo. Na última quinta-feira, 9, tivemos um aumento no número de pedidos de seguro desemprego nos EUA e hoje além do payroll tivemos a taxa de desemprego, o que demonstra que o mercado de trabalho está desacelerando um pouco. Então parece que tudo que o Fed fez nesses últimos meses traz um sinal um pouco misto de acordo com o que o mercado estava esperando”, comentou Lucas Josa, analista de ativos digitais do BTG Pactual.

A maioria dos especialistas espera que o próximo aumento na taxa de juro dos EUA seja de 0,50%, o dobro do que o aumento anterior. Quanto mais agressivos os aumentos na taxa de juro, mais o mercado é atingido por uma aversão ao risco, prejudicando a cotação de ativos do gênero.

Queda vai continuar?

“É um cenário muito complicado para cripto, o mercado está averso a risco. Depende muito do macro, se tiver um aumento de 0,50% na taxa de juro dos EUA é provável que o bitcoin chegue perto de US$ 19 mil. Caso seja 0,25%, a gente tem um cenário um pouco mais claro e o mercado pode ficar mais otimista, mas ainda é um cenário macroeconômico complexo”, disse Lucas Josa.

No entanto, “para termos realmente uma visão mais clara de como vai ser o próximo movimento do Fed precisamos acompanhar o CPI da semana que vem que será o verdadeiro divisor de águas”, explicou Josa.

Um aumento agressivo na taxa de juro dos Estados Unidos pode realmente prejudicar a cotação do bitcoin nas próximas semanas.

“A pior coisa seria se rompesse o teto de juros, pois romperia com toda a previsibilidade que o Fed deu no ano passado. Foi um dado meio que positivo, mas no somatório o mercado ainda não está de bom humor com o que está havendo com os dados macro”, disse Tasso Lago, gestor de fundos privados em criptomoedas e fundador da Financial Move

“A queda de mais de 14% no bitcoin nessa semana provavelmente não marcou um fundo do preço. Acredito que o movimento que veremos nos próximos dias são de investidores já precificando a nova taxa de juro, de forma adiantada. Vejo o bitcoin se consolidando abaixo de US$ 20/21 mil pelo resto do mês, porém mesmo com o provável aumento mais agressivo das taxas, acho difícil ele voltar a perder fundo. Aconselho o investidor a enxergar com bons olhos essa consolidação e aproveitar a região para fazer novas compras, não só de bitcoin mas também das principais moedas do mercado”, disse Fernando Pereira, gerente de conteúdo da Bitget.

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