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Bitcoin vai de US$ 6,5 mil para US$ 30 mil, mas um terço segue parado; entenda

Em cinco anos, criptomoeda teve forte valorização, mas parte dos investidores segue sem movimentar o ativo ou realizar lucros

Bitcoin valorizou mais de 80% em 2023 (Reprodução/Reprodução)

Bitcoin valorizou mais de 80% em 2023 (Reprodução/Reprodução)

João Pedro Malar
João Pedro Malar

Repórter do Future of Money

Publicado em 18 de julho de 2023 às 15h50.

O bitcoin teve uma trajetória de valorização nos últimos cinco anos de causar inveja em muitos outros ativos do mercado, quase grifar]quintuplicando de valor e passando de US$ 6,5 mil para a casa atual de US$ 30 mil[/grifar]. Mas, mesmo com esse ganho potencial, 29% de todas as unidades disponíveis do ativo continuaram paradas nesse período, indicando que os lucros de curto prazo não mobilizam todos os investidores.

Dados da plataforma de inteligência de mercado Glassnode apontam que, nesta semana, a quantidade de bitcoin "parado", que não foi movimentado das carteiras em que estão armazenados, chegou ao maior número em cinco anos. A quantia é equivalente a 7,78 milhões de unidades da criptomoeda, ou 29,1% de toda a oferta disponível do ativo no mercado.

O dado chamou a atenção de investidores do mercado cripto. O executivo Caleb Franzen destacou no Twitter que a informação era "absolutamente insana", e explicou sua lógica. Ele destacou que, nos últimos cinco anos, o ativo passou por eventos de forte valorização seguida por desvalorização significativa. Apenas entre 2018 e 2019, ele chegou a a cair mais de 50% e logo em seguida saltar de US$ 3 mil para US$ 13 mil.

No ano seguinte, a criptomoeda enfrentou a pandemia de Covid-19, chegou a cair 63% e então disparou ao longo de 2021 até o seu maior valor já registrado, acima de US$ 60 mil. Já em 2022, o bitcoin enfrentou um cenário de queda, recuando mais de 75%. Agora em 2023, ele acumula uma alta de 80%.

"Apesar de tudo isso, esses 29,1% de bitcoins não se moveu", destacou o executivo. Para ele, isso mostra que uma fatia considerável de investidores da criptomoedas "não correram para longe mesmo quando eles viram a luz no fim do túnel de períodos de intensa volatilidade e queda". "Eles simplesmente seguraram seus bitcoins", destacou o executivo.

Causas para o recorde

Em geral, os investidores que não movimentam as unidades adquiridas da criptomoeda são chamados de holders ou holdlers, em referência ao verbo "hold", que significa segurar. Muitos costumam ter uma estratégia de investimento de valorização de longo prazo, projetando altas ainda mais significativas para a criptomoeda no futuro baseadas em uma adoção crescente do ativo.

Por isso, não faria sentido vender o ativo mesmo em momentos de recuperação e valorização após quedas, já que a expectativa é que os ganhos sejam ainda maiores adiante. Entretanto, essa não é a única causa para o crescimento na quantidade de bitcoin paralisada.

Outra explicação citada por analistas é que alguns investidores acabam perdendo com o passar dos anos as chaves de acesso a essas carteiras digitais. Sem elas, não é possível recuperar o acesso às carteiras e movimentar as unidades da criptomoeda. Com isso, esses investidores correm o risco de jamais recuperar esses fundos, e realizar os lucros significativos que obtiveram com o passar dos anos.

Não é possível saber qual é a divisão entre os investidores que não movimentam seus bitcoins esperando ganhos maiores no futuro e os investidores que simplesmente perderam o acesso a esses fundos. Ao todo, 21 milhões de unidades de bitcoin foram criadas, sendo que pouco mais de 19,3 milhões já foram cunhadas e lançadas no mercado.

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