Bitcoin tem pouca variação de preço durante a semana (Reprodução/Unsplash)
Da Redação
Publicado em 1 de setembro de 2022 às 11h17.
A semana é de calmaria no criptoverso com aproximadamente 2,30% de alta, depois das quedas da segunda metade de agosto, que resultaram em uma desvalorização de aproximadamente 19%. O contexto é de baixa nos mercados globais, com o S&P500 recuando aproximadamente 3% e perdendo os 4.000 pontos.
É interessante observar essa movimentação de preço, uma vez que o esperado era uma queda nas principais criptos, dado um cenário de aversão ao risco. O relatório de emprego não agrícola (payroll) é considerado o principal dado econômico do mês e sai nessa sexta feira, 2, a expectativa é da criação de 300 mil vagas em agosto, um valor ainda abaixo das 528 mil novas vagas de julho, mas em patamares maiores do que o observado na pré pandemia. As informações adicionais sobre os indicadores econômicos podem ser conferidas no relatório “Spoiler Macro” do time de macro e estratégia do BTG Pactual.
O gráfico diário do bitcoin tem um movimento de lateralidade, com o preço trabalhando entre os extremos do fundo em US$18.650 e o topo em US$27.700. O cenário de recuperação do curto prazo falhou em testar as resistências superiores e tivemos um aumento da pressão de venda.
Acreditamos em Análise Técnica que as falhas de um movimento podem levar ao teste do extremo oposto, ou seja, a falha em romper resistências nos leva a esperar um teste do próximo suporte. A premissa citada passa pela ideia que o mercado é extremamente emocional em situações como essa, as frustrações geram um impacto negativo e geralmente exagerado nos investidores.
Os ativos que são percebidos como de maior risco costumam ter esses sentimentos aflorados de forma mais eufórica. A análise desse sentimento de mercado parece explicar o motivo pelo qual a falha de rompimento dos US$27.000 levou o mercado a ficar de olho no próximo suporte em US$18.650.
A análise técnica do bitcoin mostra a média móvel de 21 abaixo da média móvel de 50 períodos, sugerindo aumento da pressão vendedora. O ciclo de lateralidade que observamos aumenta o cenário de incerteza no curto prazo, enquanto no médio prazo o movimento dominante ainda é de queda.
No detalhe, acompanhamos formação de sombras inferiores e mínimas ascendentes perto do patamar de preço dos US$18.650, que não esperamos que seja rompido em breve. O Índice de Força Relativa em 35 se aproxima de um patamar sobrevendido, sugerindo correções pelo menos até a média móvel de 50 períodos em US$22.350, em caso de falha de rompimento do fundo anterior.
A nossa visão é de mais incertezas no curto prazo, após a frustração na retomada de alta entre junho e agosto. O cenário dos prazos maiores é de baixa e o teste do fundo da lateralidade vai ser determinante para uma melhor definição de cenário.
*Lucas Costa é mestre em administração e economista pela Universidade Federal de Juiz de Fora, atuou como pesquisador acadêmico e professor nas temáticas de blockchain, criptomoedas e comportamento de consumo, sendo um dos fundadores do grupo de pesquisa Blockchain UFJF. Foi operador de câmbio em mesa proprietária com foco em análise técnica, e trader pessoa física em mercado futuro. Atualmente, é analista técnico CNPI do BTG Pactual digital, e apresenta a sala ao vivo de análises de maior audiência do Brasil.
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