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3ª maior do mundo, Coinbase teria testado negociação proprietária de cripto, diz Wall Street Journal

Corretora nega alegações de jornal e afirma que único investimento em criptomoedas é para estratégia de tesouraria

Coinbase é terceira maior corretora cripto do mundo em volume (SOPA Images/Getty Images)
MM

Mariana Maria Silva

Publicado em 22 de setembro de 2022 às 15h29.

Última atualização em 22 de setembro de 2022 às 15h30.

Nesta quinta-feira, 22, a corretora cripto Coinbase teve o seu nome envolvido em mais polêmicas. Atualmente a terceira maior do mundo em volume de negociação, a corretora teria estabelecido uma área dedicada à negociação proprietária dentro da empresa, contrariando alegações que teria feito ao Congresso dos EUA no último ano.

A informação foi publicada pelo The Wall Street Journal, e rapidamente desmentida pela Coinbase em uma publicação de seu blog. Segundo o jornal, a corretora teria usado US$ 100 milhões de suas reservas para negociar criptomoedas em favor próprio.

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-(Mynt/Divulgação)

A negociação proprietária ocorre quando uma empresa do mercado financeiro ou banco comercial investe para ganho direto de mercado, ao invés de lucrar a partir da comissão pela negociação em nome de seus clientes. Dessa forma, a empresa lucra diretamente com as atividades do mercado.

“Ao contrário de muitos de nossos concorrentes, a Coinbase não opera um negócio de negociação proprietário ou atua como formador de mercado. De fato, um dos pontos fortes competitivos da nossa plataforma Institutional Prime é o nosso modelo de negociação apenas de agência, onde atuamos apenas em nome de nossos clientes. Como resultado, nossos incentivos e os incentivos de nossos clientes são alinhados por design”, diz um trecho da publicação divulgada pela Coinbase nesta quinta-feira, 22.

Embora não existam restrições à Coinbase de se envolver em negociações especulativas, muitos se preocupam os riscos. Por exemplo, existe a possibilidade de conflito de interesses e manipulação de mercado quando uma empresa financeira investe seus fundos e dinheiro de clientes no mercado.

Segundo a publicação do WSJ, a Coinbase teria recrutado pelo menos quatro traders com experiência em Wall Street para a Coinbase Risk Solutions, que teria usado reservas da empresa para negociar criptomoedas. A Coinbase negou que o objetivo da Risk Solutions seria a negociação proprietária.

“A CRS oferece soluções para investidores institucionais sofisticados que buscam exposição à classe de criptoativos. Alguns desses investidores ainda estão se familiarizando com os mercados de criptomoedas e pedem nossa ajuda para gerenciar riscos e participar de protocolos. O objetivo do CRS é expandir a participação institucional na web3 para além do investimento a longo prazo”, diz um trecho da publicação.

No entanto, a Coinbase teria levantado fundos usando uma nota estruturada vendida para a empresa de investimentos Invesco Ltd. Fontes oficiais da Invesco teriam confirmado o negócio.

Pessoas familiarizadas com o assunto insistiram que a Risk Solutions estava negociando para clientes e usando o dinheiro da Coinbase.

Executivos-chave da Coinbase, como a diretora financeira Alesia Haas e o chefe de vendas institucionais, negociação, custódia e serviços primários, Brett Tejpaul, estariam envolvidos na criação da unidade.

No ano passado, a corretora cripto afirmou ao Congresso dos EUA que não realizava negociação proprietária, e continua mantendo o mesmo discurso. De acordo com a publicação desta quinta-feira, 22, o único investimento em criptomoedas realizado pela Coinbase é para sua estratégia de tesouraria.

“A Coinbase, de tempos em tempos, compra criptomoedas como principal, inclusive para nossa tesouraria corporativa e propósitos operacionais. Não vemos isso como negociação proprietária porque seu objetivo não é que a Coinbase se beneficie de aumentos de curto prazo no valor da criptomoeda que está sendo negociada”, diz o texto.

Apesar do que chamou de “confusão” do The Wall Street Journal, a corretora se considera bem posicionada no mercado cripto e financeiro.

“Estamos seguindo um caminho bem trilhado em Wall Street, onde as empresas de serviços financeiros oferecem aos clientes várias maneiras de obter exposição a novas classes de ativos e gerenciar certos riscos. Temos ferramentas e políticas implementadas que refletem as melhores práticas do setor de serviços financeiros e são projetadas para gerenciar conflitos de interesse”, conclui a publicação.

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