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Torcedores preferem marcas que patrocinam esportes femininos, aponta estudo

No Brasil, movimento por igualdade de acesso às modalidades virou tema do presidente Lula

Estudo: 29% dos entrevistados possuem uma opinião positiva às empresas que patrocinam os esportes femininos (Ridofranz/Getty Images)
Da Redação

Redação Exame

Publicado em 6 de julho de 2023 às 15h22.

Última atualização em 6 de julho de 2023 às 15h58.

Uma pesquisa do Women’s Sport Trust (WST), no Reino Unido, apontou que os torcedores preferem e apoiam marcas que patrocinam os esportes femininos. Dezesseis porcento da população britânica indicou uma probabilidade maior de comprar produtos de marcas que patrocinam a modalidade feminina, enquanto que 13% afirmaram preferir empresas que apoiem os esportes masculinos.

Outro dado relevante é que 29% dos entrevistados possuem uma opinião positiva às empresas que patrocinam os esportes femininos, enquanto que 17% demonstraram apoio aos parceiros comerciais de esportes masculinos.

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"À medida que o consumidor vai criando consciência de sua força ao optar por marcas que apoiem causas que ele mesmo acredita, cria-se um ciclo virtuoso que todo patrocínio busca: o patrocinador ser recompensado pelo fã na hora da compra", aponta Ivan Martinho, professor de marketing esportivo pela ESPM.

"As pessoas estão cada vez mais preocupadas com o impacto das marcas e quanto elas interferem positivamente na sociedade. Quando uma empresa se associa aos esportes femininos, ela ganha mais do que exposição, visibilidade e prestígio. Atributos como respeito, igualdade, diversidade aderem à marca e isso soa bem para o consumidor, elevando o nível de consideração por essas marcas no momento da decisão de compra", afirma Armênio Neto, especialista em negócios do esporte e sócio-fundador da Let's Goal.

Copa do Mundo feminina

O assunto vai ao encontro dos anseios do presidente Lula, que neste final de semana compareceu ao treino da seleção brasileira feminina, que se prepara para a disputa da Copa do Mundo da modalidade , e afirmou que é preciso garantir a prática de esporte às mulheres na mesma proporção que é oferecida aos homens. "Eu sonho que um dia o futebol feminino possa lotar os estádios como o futebol masculino. É um trabalho de politização da sociedade, é um trabalho de divulgação, é um trabalho de convencimento”, disse Lula, que ainda disse que vai lutar pela igualdade de pagamentos entre todos os jogadores, homens e mulheres.

Ainda de acordo com o estudo da Women’s Sport Trust (WST), os patrocinadores de esportes femininos possuem chances maiores de gerar recomendação e consideração pela patrocinadora.

“Diversas modalidades esportivas em que há a presença de mulheres, como o futebol, vêm crescendo de forma acelerada mundo afora. Um dos motivos para esse crescimento é o de que vivemos atualmente em um mundo em que as pessoas anseiam por um equilíbrio de oportunidades entre homens e mulheres. Não se pode mais admitir essa e outras tantas desigualdades”, Fábio Wolff, sócio-diretor da Wolff Sports e especialista em marketing esportivo, além de um dos organizadores do Brasil Ladies Cup, considerada uma das principais competições femininas do país.

Outro dado relevante apontado pela pesquisa é que 60% das pessoas acreditam que as marcas devem investir tanto no esporte masculino quanto no feminino, demonstrando estarem conectadas com os avanços conquistados na modalidade.

"Quando temos marcas que investem no esporte feminino, seja de forma exclusiva ou não, elas se posicionam de uma maneira diferenciada para aquele segmento, abraçando e potencializando a mulher no esporte, gerando, assim, uma relação mais próxima e fiel de um novo público através da representatividade, apoio e estímulo. Isso impacta também a percepção do universo masculino, principalmente nos mais jovens, que buscam cada vez mais se relacionar com marcas que tenham valores e apoiem a comunidade de uma forma geral", analisa Danielle Vilhena, head de Marcas da Agência End to End, empresa que conecta o torcedor à sua paixão e é um hub de soluções e engajamento para o mercado esportivo.

O galera.bet, primeira plataforma de apostas a ser patrocinadora oficial do Campeonato Brasileiro Feminino e atual patrocinadora da Ferroviária-SP, uma das equipes mais vencedoras da modalidade no país, acredita que os dados simbolizam o que de fato tem acontecido globalmente.

"O futebol feminino tem sido cada vez mais celebrado e valorizado em todo o mundo, e acredito que a pesquisa reflete também muito do que já acontece no Brasil, quando as marcas demonstram a preocupação de investir em outras modalidades que não sejam apenas o esporte masculino. O galera.bet sempre se encaixou neste perfil, afinal, desde quando iniciamos nossos modelos de parcerias sempre demonstramos uma disposição muito contundente de patrocinar esportes femininos", explica Marcos Sabiá, CEO do galera.bet e que teve o time feminino do Corinthians como precursor entre os patrocínios. A empresa foi criada de uma joint venture entre a Playtech, empresa de jogos eletrônicos com capital aberto na bolsa de Londres, e um investidor brasileiro.

"Vejo essa pesquisa com bastante alegria, pois comprova a força global do esporte feminino como um todo. É uma luta diária de todos que almejam esse crescimento, e eles passam não apenas pelas questões técnicas, mas justamente de como as marcas e o campo dos negócios se comportam com esse tema. O Internacional é precursor nesta causa, de apoio irrestrito e ativações que vão além de expor as marcas nas camisas, mas também de proporcionar novas experiências e transformar a modalidade na ordem de grandeza que ela merece", aponta Liana Bazanela, diretora de Marketing e Negócios do Internacional.

Já a Penalty tem acordo de patrocínio com quatro atletas e com o Magnus Futsal Feminino, além de fornecer todo o material esportivo que é utilizado pelas meninas que integram o projeto social “Em Busca de Uma Estrela”. A empresa brasileira também patrocina a peneira feminina feita pela Federação Paulista de Futebol e apoia mais de 16 entidades que promovem campeonatos femininos, incluindo outras modalidades, como vôlei, basquete e handebol.

“Acreditamos que é nosso papel contribuir diretamente para a massificação do esporte de maneira geral, e principalmente o feminino. Por isso, apoiamos, com muito orgulho, projetos e atletas. Queremos ser parte ativa nesse processo de valorização das mulheres no cenário esportivo”, pontua Bernardo Caixeta, gerente de Marketing e Relações Esportivas da Penalty.

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