Paris 2024: judoca argelino não enfrenta israelense, e motivo pode ser político
Tohar Butbul já havia sofrido boicote semelhante nos Jogos de Tóquio
Repórter colaborador
Publicado em 29 de julho de 2024 às 13h46.
Última atualização em 29 de julho de 2024 às 14h19.
Os Jogos Olímpicos de Paris 2024 tiveram o primeiro momento político mais emblemático desta edição. Em sua estreia nos Jogos de Paris nesta segunda, o judoca israelense Tohar Butbul subiu sozinho ao tatame e avançou às oitavas de final da competição.
O rival de Tohar, Dris Messaoud Redouane, da Argélia, se desqualificou durante a pesagem (o limite era 73 kg e ele marcou 73,4 kg). No entanto, acredita-se que ele se recusou a lutar em razão das divergências políticas entre os países.
Redouane poderá sofrer punição pela Federação Internacional de Judô se ficar comprovado que ele se desclassificou intencionalmente por motivos políticos.
"Eu o respeito. É realmente um bom atleta. Não o odeio. Gostaria de ter lutado. Não aconteceu. Às vezes a política atrapalha [ o esporte ]. Pode ser que ele quisesse lutar, mas seu governo não o permitiu. Acredito que os atletas argelinos e a maioria dos atletas muçulmanos não possa lutar contra os israelenses. Acho que são vítimas", lamentou Tohar, que foi eliminado na luta seguinte contraHidayat Heydarov do Azerbaijão, atual campeão mundial e atual número 1 do mundo.
"Quem sabe um dia haja paz, eu possa apertar a sua mão e que a gente possa se enfrentar. Que ele possa treinar em Israel e eu, na Argélia. A Olimpíada é uma boa chance para essa mensagem de paz", disse o judoca israelense.
Tohar viveu o mesmo boicote em Tóquio-2020. Fethi Nourine, também da Argélia, desistiu de competir contra o judoca israelense. Por causa deste episódio, o treinador de Nourine, Amar Benikhlef, foi suspenso por dez anos.