Plantar árvores, ampliar parques e criar corredores verdes são medidas capazes de reduzir em até 5°C a sensação térmica nas cidades e podem fazer uma diferença significativa em dias de calor extremo.
É o que mostra um novo estudo lançado pela USP em parceria com o Governo de São Paulo e que revela uma desigualdade alarmante na capital paulista: apenas 35% do território apresenta alta capacidade de amenização climática, sobretudo em áreas com vegetação densa e menor adensamento populacional.
O restante da cidade vive uma realidade oposta. Regiões como Paraisópolis enfrentam altas temperaturas, pouca sombra e maior exposição ao risco climático. A desigualdade climática é uma realidade e as ondas de calor mataram 48 mil pessoas no Brasil entre 2000 e 2018, levando a mais óbitos do que deslizamentos de terra e enchentes.
"É uma emergência silenciosa. Seus efeitos são pouco percebidos, mas impactam severamente a saúde, a economia e a infraestrutura urbana", alerta o relatório, que reúne pesquisadores da Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística do Estado de São Paulo (Semil).
Para os pesquisadores, as conclusões deixam claro que as políticas públicas devem priorizar bairros mais quentes e populosos, principalmente periferias, promovendo justiça climática e reduzindo o abismo no acesso ao conforto térmico.
"A adaptação climática não pode ser tratada como secundária, e as soluções baseadas na natureza são as mais custo-efetivas para reduzir riscos", afirma Rafael Chaves, vice-diretor do Biota Síntese e especialista ambiental do Instituto de Pesquisas Ambientais (IPA).
O Brasil esquenta em ritmo acelerado
Os dados mostram a urgência do problema. Entre as décadas de 1960 e 2010, o número de dias com ondas de calor a cada ano no Brasil aumentou mais de sete vezes, saltando de uma média de 7 para 52 dias.
Para São Paulo, as projeções climáticas são preocupantes: o IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas) prevê aumento médio de temperatura de cerca de 1,57°C para a capital paulista nos próximos 15 a 35 anos.
Mas há luz no fim do túnel: segundo simulações da Unicamp, o aquecimento poderia ser completamente anulado com arborização viária densa.
Soluções naturais com impacto mensurável
As chamadas soluções baseadas na natureza utilizam processos naturais para resolver desafios urbanos e reduzir a alta dos termômetros.
Na prática, isso inclui desde plantar árvores com canteiros largos e acesso à água até implantar parques, praças, jardins de chuva e sistemas agroflorestais.
A vegetação resfria o ambiente por dois mecanismos principais: sombra, que reduz a radiação solar direta, e transpiração, que libera vapor d'água e diminui a temperatura do ar.
No entanto, os pesquisadores reforçam que não basta plantar árvores isoladamente: elas precisam ter espaço, irrigação e manejo adequado para desenvolver copa, raízes e atingir seu pleno potencial de resfriamento.
Uma rua com arborização adequada pode ter sensação térmica até 5°C menor do que áreas com concreto exposto.
A medida reduz internações, melhora o conforto térmico e diminui riscos à população mais vulnerável como idosos, crianças e pessoas com doenças crônicas.
O relatório também apresenta casos internacionais com forte aplicabilidade no contexto brasileiro. Em 40 cidades africanas, cientistas identificaram que o resfriamento proporcionado pela vegetação cresce conforme aumenta a cobertura arbórea, mas perde eficiência quando as temperaturas passam de 34°C -- patamar já comum em muitos centros urbanos brasileiros.
Na Califórnia, nos Estados Unidos, modelagens mostram que combinar arborização, agricultura urbana e pavimentos mais reflexivos pode reduzir temperaturas em até 3°C e diminuir em 25% as mortes associadas ao calor extremo.
Ações imediatas e de baixo custo
Além de diagnósticos, o estudo reúne ações práticas que cidades podem adotar:
- Ampliar canteiros para que árvores tenham mais espaço;
- Integrar vegetação e água (infraestrutura verde e azul);
- Criar pequenos "oásis urbanos" com sombra e pontos de água potável;
- Estimular agricultura urbana em espaços ociosos;
- Adotar jardins de chuva para manejo de águas pluviais;
- Replicar experiências bem-sucedidas de São Paulo, Campinas e cidades internacionais;
As recomendações dialogam com políticas estaduais em andamento. A Semil, por meio do Plano Estadual de Adaptação e Resiliência Climática, trata ondas de calor como ameaça prioritária, enquanto o Refloresta-SP acelera a restauração ecológica e a implantação de sistemas agroflorestais que reduzem temperatura, aumentam a umidade e fortalecem a resiliência territorial.
Marco Nalon, diretor do IPA, reforçou a importância da integração entre ciência e gestão pública: "O estado já tem iniciativas em andamento, e a ideia é fortalecê-las com base em evidências."
Mitigação e adaptação precisam caminhar juntas
Uma das premissas do estudo é que medidas de mitigação e adaptação climática precisam caminhar juntas.
"É fundamental reduzir emissões, melhorar o planejamento urbano e proteger as áreas naturais existentes", destacou Luciana Ferreira, pesquisadora da USP.
O relatório sucede os dados recentes dos impactos econômicos da polinização na agricultura paulista e integra a série Biota Síntese, consolidando o papel da ciência na construção de políticas públicas climáticas com impacto direto na vida das pessoas.
Como conclusão, a natureza se torna infraestrutura essencial para cidades resilientes e habitáveis.
-
1/45
Vivo: companhia foi a empresa do ano no Melhores do ESG
(Vivo: companhia foi a empresa do ano no Melhores do ESG)
-
2/45
Totvs: destaque na categoria Telecomunicações, Tecnologia e Mídia
(Totvs: destaque na categoria Telecomunicações, Tecnologia e Mídia)
-
3/45
LWSA: destaque na categoria Telecomunicações, Tecnologia e Mídia
(LWSA: destaque na categoria Telecomunicações, Tecnologia e Mídia)
-
4/45
3Tentos: vencedora na categoria Agronegócio
(3Tentos: vencedora na categoria Agronegócio)
-
5/45
SLC Agrícola: destaque na categoria Agronegócio
(SLC Agrícola: destaque na categoria Agronegócio)
-
6/45
Kepler Weber: destaque na categoria Agronegócio
(Kepler Weber: destaque na categoria Agronegócio)
-
7/45
Mondelez: vencedora na categoria Alimentos e Bebidas
(Mondelez: vencedora na categoria Alimentos e Bebidas)
-
8/45
Danone: destaque na categoria Alimentos e Bebidas
(Danone: destaque na categoria Alimentos e Bebidas)
-
9/45
Ambev: destaque na categoria Alimentos e Bebidas
(Ambev: destaque na categoria Alimentos e Bebidas)
-
10/45
Magazine Luiza: vencedora da categoria Atacado, Varejo e E-commerce
(Magazine Luiza)
-
11/45
Leroy Merlin: destaque da categoria Atacado, Varejo e E-commerce
(Leroy Merlin: destaque da categoria Atacado, Varejo e E-commerce)
-
12/45
Mercado Livre: maior dia de vendas da história aconteceu no 11.11, com alta de 56% nos acessos.
(Mercado Livre: destaque na categoria Atacado, Varejo e E-commerce)
-
13/45
Randoncorp: vencedora da categoria Bens de capital e Eletroeletrônicos
(Randoncorp: vencedora da categoria Bens de capital e Eletroeletrônicos)
-
14/45
WEG: destaque na categoria Bens de capital e Eletroeletrônicos
(WEG: destaque na categoria Bens de capital e Eletroeletrônicos)
-
15/45
Electrolux: destaque na categoria Bens de capital e Eletroeletrônicos
(Electrolux: destaque na categoria Bens de capital e Eletroeletrônicos)
-
16/45
MRV: vencedora na categoria Construção civil e Imobiliário
(MRV: vencedora na categoria Construção civil e Imobiliário)
-
17/45
Allos: destaque na categoria Construção civil e Imobiliário
(Allos: destaque na categoria Construção civil e Imobiliário)
-
18/45
Tegra: destaque na categoria Construção civil e Imobiliário
(Tegra: destaque na categoria Construção civil e Imobiliário)
-
19/45
Copel: vencedora na categoria Energia
(Copel: vencedora na categoria Energia)
-
20/45
Isa Energia: destaque na categoria Energia
(Isa Energia: destaque na categoria Energia)
-
21/45
Cemig: destaque na categoria Energia
(Cemig: destaque na categoria Energia)
-
22/45
Grupo Boticário: vencedora na categoria Farmacêutico e Beleza
(Grupo Boticário: vencedora na categoria Farmacêutico e Beleza)
-
23/45
Natura: destaque na categoria Farmacêutico e Beleza
(Natura: destaque na categoria Farmacêutico e Beleza)
-
24/45
Eurofarma: destaque na categoria Farmacêutico e Beleza
(Eurofarma: destaque na categoria Farmacêutico e Beleza)
-
25/45
Gerdau: vencedora da categoria Mineração, Siderurgia e Metalurgia
(Gerdau: vencedora da categoria Mineração, Siderurgia e Metalurgia)
-
26/45
ArcelorMittal: destaque na categoria Mineração, siderurgia e Metalurgia
(ArcelorMittal: destaque na categoria Mineração, siderurgia e Metalurgia)
-
27/45
Companhia Brasileira de Alumínio: na categoria Mineração, siderurgia e Metalurgia
(Companhia Brasileira de Alumínio: na categoria Mineração, siderurgia e Metalurgia)
-
28/45
Lojas Renner: vencedora na categoria Moda e Vestuário
(Lojas Renner: vencedora na categoria Moda e Vestuário)
-
29/45
C&A entra em nova fase de expansão, afirma Citi
(C&A: destaque na categoria Moda e Varerjo)
-
30/45
Gupo Malwee: destaque na categoria Moda e Varejo
(Gupo Malwee: destaque na categoria Moda e Varejo)
-
31/45
Klabin: vencedora na categoria Papel, Celulose e Produtos Florestais
(Klabin: vencedora na categoria Papel, Celulose e Produtos Florestais)
-
32/45
Suzano: destaque na categoria Papel, Celulose e Produtos Florestais
(Suzano: destaque na categoria Papel, Celulose e Produtos Florestais)
-
33/45
Tetra Pak: destaque na categoria Papel, Celulose e Produtos Florestais
(Tetra Pak: destaque na categoria Papel, Celulose e Produtos Florestais)
-
34/45
Ultragaz: vencedora na categoria Petróleo, Gás e Químico
(Ultragaz: vencedora na categoria Petróleo, Gás e Químico)
-
35/45
Vibra aumenta participação no mercado, mas margens seguem pressionadas
(Vibra: destaque na categoria Petróleo, Gás e Químico)
-
36/45
Unipar: destaque na categoria Petróleo, Gás e Químico
(Unipar: destaque na categoria Petróleo, Gás e Químico)
-
37/45
Hospital Israelita Albert Einstein: vencedor na categoria Saúde
(Hospital Israelita Albert Einstein: vencedor na categoria Saúde)
-
38/45
Sabin: destaque na categoria Saúde
(Sabin: destaque na categoria Saúde)
-
39/45
Fleury: destaque na categoria Saúde
(Fleury: destaque na categoria Saúde)
-
40/45
EcoRodovias: ganhadora da categoria Transporte e Logística
(EcoRodovias: ganhadora da categoria Transporte e Logística)
-
41/45
Motiva (ex-CCR): destaque na categoria Transporte e Logística
(Motiva (ex-CCR): destaque na categoria Transporte e Logística)
-
42/45
Localiza: destaque na categoria Transporte e Logística
(Localiza: destaque na categoria Transporte e Logística)
-
43/45
Aegea: vencedora na categoria Tratamento de Resíduos e Economia Circular
(Aegea: vencedora na categoria Tratamento de Resíduos e Economia Circular)
-
44/45
Sabesp: destaque na categoria Tratamento de Resíduos e Economia Circular
(Sabesp: destaque na categoria Tratamento de Resíduos e Economia Circular)
-
45/45
Orizon: destaque na categoria Tratamento de Resíduos e Economia Circular
(Orizon: destaque na categoria Tratamento de Resíduos e Economia Circular)