Shell planeja investir R$ 3 bi em nova marca de energia renovável
Objetivo é ampliar os projetos de energia solar, eólica em alto-mar e termelétricas movidas a gás natural, diz empresa
Agência O Globo
Publicado em 21 de setembro de 2021 às 12h14.
Última atualização em 21 de setembro de 2021 às 13h21.
A petroleira anglo-holandesa Shell planeja investir 3 bilhões de reais até 2025 em projetos integrados de energia renovável no Brasil, sendo a maior parte para o desenvolvimento de empreendimentos solares, afirmaram executivos da companhia nesta terça-feira.
A Shell prentende investir R$ 3 bilhões em projetos de energia renovável até 2025 no Brasil. A estratégia de uma das maiores produtoras de petróleo e gás no mundo é ampliar os projetos de energia solar, eólica em alto-mar e termelétricas movidas a gás natural.
A companhia anunciou na manhã desta terça-feira o lançamento da marca Shell Energy, que vai atuar apenas no desenvolvimento de projetos de energia limpa. Recentemente, a BR Distribuidora anunciou que vai passar a se chamar Vibra de olho também em projetos sustentáveis. Os projetos ocorrem em meio à maior crise hídrica dos últimos 91 anos.
De acordo com a Shell, o Brasil é um dos mercados prioritários no mundo, ao lado dos Estados Unidos, Austrália e Europa Ocidental. Segundo Guilherme Perdigão, diretor de Novas Energias da Shell Brasil e Shell Energy, o foco da companhia é investir em projetos de geração energia elétrica e ampliar a comercialização de eletricidade a partir de fontes renováveis.
-Há um aumento do consumo de energia elétrica no Brasil e perspectiva de avanço de 5% por ano. O Brasil é uma prioridade para a Shell. Dos R$ 3 bilhões de investimentos previstos até 2025, grande parte será em projetos solares e usinas termelétricas movidas a gás - disse Perdigão.
O executivo destacou que a empresa pretende participar do leilão emergencial que será feito pelo governo para contratatação de energia através de termelétricas.
Além disso, a Shell pretende inaugurar em janeiro de 2023 a térmica a gás Marlim Azul, em Macaé, no Rio de Janeiro. Segundo Perdigão, a conclusão da obra chegou a 70%. Recentemente, o governo, por conta da crise energética, pediu a antecipação da entrada em operação de uma térmica no Porto do Açu, em São João da Barra, no Rio.
-Hoje (terça-feira) chegou a turbina. Os principais equipamentos já estão lá. Temos mais de 1.200 pessoas trabalhando no local. O empreendimento vai contar com um gasoduto de 22 quilômetros e conexão de linhas de trasmissão. Queremos expandir a geração térmica a gás no Brasil para prover segurança energética - explicou Perdigão.
A companhia também pretende ampliar as operações de GNL (gás liquefeito, em estado líquido) no Brasil, afirmou a gerente de Vendas e Originação de Gás, Carolina Bunting. Já Gabriela Oliveira, gerente de Desenvolvimento de Energias Renováveis da Shell Brasil, destacou os planos para ampliação em projetos solares.
A expectativa é ampliar em 35% a capacidade de geração solar, com base nos projetos que já estão em desenvolvimento. A empresa anunciou recentemente termo de cooperação para criar uma joint-venture com a Gerdau para desenvolver um projeto solar.
Com os projetos, a empresa pretende ampliar a atuação na área de comercialização de energia elétrica. A meta é dobrar o volume até 2030.
Além disso, Gabriela disse que a empresa pretende antecipar no Brasil os projetos de geração de energia eólica em alto-mar. O governo está elaborando um marco regulatório com a criação de regras para permitir o desenvolvimento dos projetos no país.
-Estamos estudando a costa brasileira como um todo para ver o melhor local. Vamos ainda olhar projetos híbridos de geração entre solar e eólica e projetos que utilizam baterias, como já ocorre nos Estados Unidos - disse Gabriela.