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São Paulo entra para o Guinness com maior programa de segurança alimentar do mundo

Capital paulista bateu recorde ao distribuir 933,8 toneladas de alimentos em 24 horas, dentro de uma série de iniciativas que servem mais de 3 milhões de refeições por dia

Como marco, a prefeitura instaurou o "Dia D da Segurança Alimentar" no último dia 25 de novembro (Getty Images/Divulgação)

Como marco, a prefeitura instaurou o "Dia D da Segurança Alimentar" no último dia 25 de novembro (Getty Images/Divulgação)

Sofia Schuck
Sofia Schuck

Repórter de ESG

Publicado em 3 de dezembro de 2025 às 14h00.

Última atualização em 3 de dezembro de 2025 às 14h24.

São Paulo acaba de entrar para o livro de recordes do Guinness pelo maior programa municipal de segurança alimentar do mundo e recebeu o título em cerimônia na sede da G10 Favelas, em Paraisópolis.

A conquista torna a cidade a primeira do mundo a receber o reconhecimento nesta categoria, estabelecendo o modelo como referência internacional em políticas públicas de acesso à alimentação.

O recorde foi oficializado após comprovação da distribuição de 933,8 toneladas de alimentos em 24 horas. Atualmente, a capital paulista distribui mais de 3 milhões de refeições por dia para a população.

"É importante destacar que nossa avaliação é criteriosa para chegar aos resultados finais. Precisamos de provas, evidências, vídeos, fotos e testemunhas", explicou Camila Borenstain, adjudicadora oficial do Guinness, em nota. 

++ Leia mais: Como o setor privado 'acorda' para combater a insegurança alimentar

Como marco, a prefeitura instaurou o "Dia D da Segurança Alimentar" no último dia 25 de novembro, uma mobilização histórica que envolveu mais de 5,6 mil pontos de verificação em toda a cidade e envolveu 1,5 mil pessoas trabalhando nas ruas.

O prefeito Ricardo Nunes destacou que a alimentação é essencial para o desenvolvimento de crianças e jovens, amplia a capacidade de aprendizagem e previne doenças. "Só quem viu ou passou fome entende a importância de um programa alimentar robusto", afirmou.

Para receber a certificação, foi necessário atender ao arcabouço legal completo, incluindo publicação de decretos e leis. Os programas municipais também precisavam ter pelo menos um ano de funcionamento.

Segundo a prefeitura, as políticas públicas estão alinhadas aos padrões da Organização Mundial da Saúde (OMS) e da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) nos quesitos de disponibilidade, acesso e uso adequado.

Mapa da fome em São Paulo

No Estado, dados apontam para 11,9 milhões de pessoas vivendo em situação de insegurança alimentar, sendo 1,4 milhão delas em nível grave de fome. No final de agosto, o Ministério Público do Estado de São Paulo (MP-SP) e o Instituto Pacto Contra a Fome firmaram um Acordo de Cooperação Técnica para tentar reverter a realidade.

Outro estudo inédito divulgado em 2024 revelou a situação do município: 50,5% dos paulistanos estão em algum grau de insegurança alimentar e nutricional.

Destas, cerca de 1,4 milhão de pessoas (12,5%) viviam em lares onde a fome já era uma realidade. Outras 1,5 milhão (13,5%) enfrentavam insegurança alimentar moderada, com redução no acesso a alimentos.

Já aproximadamente 2,8 milhões (24,5%) moravam em domicílios marcados pela preocupação constante sobre conseguir comida no futuro próximo, situação classificada como insegurança alimentar leve.

Rede de programas de São Paulo 

A rede de segurança alimentar municipal compreende refeições prontas, produtos in natura e cestas básicas. Entre os principais programas estão:

  • Alimentação escolar: até cinco refeições diárias para mais de 1 milhão de alunos da rede municipal;
  • Leite em casa: 325 mil crianças da educação infantil atendidas mensalmente;
  • Cestas básicas: 421 mil cestas distribuídas por mês através dos programas Cestas Básicas e Cidade Solidária;
  • Bom Prato Paulistano: 7 mil refeições diárias a preços acessíveis;
  • Rede Cozinha Escola: 26 mil refeições por dia, além de formação profissional;
  • Rede Cozinha Cidadã: 15 mil refeições diárias em territórios periféricos;
  • Armazéns Solidários: descontos de até 50% em alimentos essenciais para cadastrados no CadÚnico;
  • Banco de Alimentos: doação de 55 toneladas de produtos por mês a instituições sociais;

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