Petrobras Socioambiental 2023: projetos selecionados receberão R$ 212 milhões
A seleção pública da Petrobras investirá em 31 projetos socioambientais durante três anos, a previsão é que os projetos tenham início no ano que vem
Repórter de ESG
Publicado em 11 de setembro de 2023 às 07h05.
Última atualização em 13 de setembro de 2023 às 13h40.
O Programa Petrobras Socioambiental, que está completando dez anos, investirá R$ 212 milhões durante três anos em mais de 30 projetos socioambientais escolhidos por uma seleção pública. A ideia é que os investimentos tenham um impacto positivo sobre as comunidades próximas às áreas de atuação da companhia e se iniciem em 2024. “No início, nós tínhamos trabalhado com 23 projetos que totalizavam algo em torno de 162 milhões, mas a qualidade dos projetos foi tão bacana e positiva que conseguimos, em conversa com a diretoria, a ampliação para 31 projetos e um desembolso na ordem de 212 milhões”, disse José Maria Rangel, gerente executivo de responsabilidade social da Petrobras .
Nos últimos anos, mais precisamente em 2014, o programa contou com um investimento de R$ 342 milhões. Em 2017, a empresa investiu 44 milhões de reais – nas palavras de Rangel, o acontecimento foi uma “queda brutal” que tem ligação com a falta de investimentos sociais pela antiga gestão da companhia e fatores políticos. Mas, de acordo com o executivo, 2023 faz parte do processo de retomada dessas iniciativas, com um investimento mais robusto. Neste edital, os projetos escolhidos estão concentrados nas regiões Norte, Nordeste, Centro-Oeste e Sul, mas será lançado um edital específico para o Sudeste em outubro. A crescente nos investimentos sociais entra em consonância com a ampliação da área de responsabilidade social da companhia.
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“Um exemplo que todo mundo conhece é o Projeto Tamar que cuida das tartarugas, ele teve início na Petrobras mas hoje caminha com as próprias pernas, tamanho o sucesso do projeto. Quando olhamos para trás, vemos quantos os nossos projetos são estruturantes e tem e o objetivo central é a capacidade de mudar a vida das pessoas”, afirmou Rangel.
Pensando nisso, o programa tem como base quatro pilares, sendo eles: educação, desenvolvimento econômico sustentável, florestas e oceanos. Os projetos – incentivados e não incentivados – escolhidos para receberem os financiamentos foram selecionados por estarem alinhados aos ODS (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável) da ONU . Principalmente as ODS 4 (educação de qualidade), 8 (trabalho decente), 14 (vida na água) e 15 (vida terrestre). Segundo o diretor, a empresa analisa a possibilidade de abraçar o ODS 2 sobre fome zero e agricultura sustentável, levando em consideração o contexto de fome no país, e a ODS 7 sobre energia limpa e acessível.
A empresa tem se envolvido em processos de responsabilidade social ao olhar mais para o entorno das suas refinarias e não só para a parte de engenharia da produção. “Nós temos duas lógicas que nos movem: cuidar das pessoas e preservar o meio ambiente. Quando fazemos isso, nós cuidamos da imagem da Petrobras, ela tem que se relacionar com o entorno das operações e com a sociedade. Dando retorno para a sociedade, afinal de contas, ela é uma empresa que foi criada através de um movimento popular, é a maior empresa do país, aquela que mais recolhe tributos e que já respondeu por 13% do PIB Nacional”, disse Rangel.
Como funciona o apoio da Petrobras aos projetos selecionados
O processo funciona da seguinte forma: em fevereiro, a seleção é aberta por meio de um edital. Com o lançamento do edital, as inscrições ficam abertas até junho (para projetos não incentivados) ou julho (para aqueles incentivados). Rangel compartilha com a redação da EXAME ESG que o edital deste ano contou com mais de 400 inscrições em projetos não incentivados.
Cumprido o prazo, há a triagem administrativa onde acontece a checagem se a documentação está em dia, se, por exemplo, a razão social da companhia está de acordo com o projeto inscrito. Pensando em conformidade e compliance, mas aqueles projetos que passarem, vão para uma próxima etapa onde funcionários da Petrobras e consultores externos realizam uma análise técnica – um pouco mais aprofundada.
Escolhidos os projetos, há um novo processo de triagem para análise de planilha de custos e checagem dos valores, para depois passar pelo processo de contratação e, por fim, execução do projeto. Pensando em preparar melhor a população para entrar nos projetos, a Petrobras irá oferecer oficinas de qualificação para que as entidades entendam como funciona o projeto de inscrição – além do processo rigoroso de prestação de contas, caso a organização seja selecionada.
Conheça alguns dos projetos contemplados pela Petrobras
Alinhado ao ODS 4, o Programa Pesca para Sempre 3.0 da Rare Brasil se propõe a aprimorar a sustentabilidade pensando na pesca artesanal realizada por comunidades amazônicas costeiras, mais precisamente do estado do Pará. Através dele, as pessoas podem ter acesso a capacitações em educação financeira, empreendedorismo e outras áreas. O programa será disponibilizado para mais de dez comunidades da zona costeira amazônica.
Pensando em apoio aos projetos que viabilizam trabalho decente (ODS 8), a Petrobras irá apoiar o projeto Costamar da Redemar Brasil. O projeto, que atenderá os municípios do Amapá, Macapá e Oiapoque (AP), busca aprimorar a gestão da pesca do caranguejo-uçá apoiando os pescadores artesanais, promovendo cursos de capacitação para melhorar a vida e a qualidade do trabalho dos pescadores.
Considerando que o ODS 14, sobre vida na água, é uma prioridade para a empresa, a Petrobras irá apoiar o programa Verdesinos Cidades Esponjas do Movimento Roessler de Defesa Ambiental, que busca fortalecer o manejo das águas de precipitações para tornar as cidades mais resilientes e preparadas para lidar com as mudanças climáticas, principalmente pensando nas questões dos alagamentos e da escassez aquática. Para isso, será realizada a capacitação para o levantamento de áreas úmidas da bacia do Rio dos Sinos e tem como prioridade a educação ambiental. Serão atendidos 30 municípios do Rio Grande do Sul (RS).
Sobre o ODS 15 que fala sobre vida terrestre, a Petrobras apoiará o projeto Floresta de Alimentos do CETRA (Centro de Estudos do Trabalho e de Assessoria ao Trabalhador) para incentivar sistemas agroflorestais em quatro municípios do Rio Grande do Norte e seis localidades no Ceará. Para isso, o projeto utilizará biodigestores, fogões e ecológicos e sistemas de reuso de águas cinzas para promover a conservação da vegetação nativa.
“Através da gestão do Presidente Jean Paul Prates, nós queremos ser referência em direitos humanos no país como uma empresa referência em cuidar de pessoas e dos direitos humanos. Esses são movimentos que estão muito ligados, então isso tudo para nós é desafiador porque não é simples, visto que nós estamos passando por um processo de reconstrução”, concluiu Rangel.