ESG

Apoio:

logo_suvinil_500x252
Logo TIM__313x500
logo_unipar_500x313
logo_espro_500x313
logo_engie_500X252

Parceiro institucional:

logo_pacto-global_100x50

Na contramão do mercado, banco finlandês quer manter empresas poluidoras em carteiras ESG

Ao dizer que irá se limitar a incentivar seus clientes a se tornarem "menos sujos e talvez um pouco verdes", Nordea Bank contraria decisões como a da BlackRock, principal gestora do mundo

Nordea Bank: banco finlandês quer manter empresas poluidoras em sua carteira ESG (Maija Astikainen/Bloomberg/Getty Images)

Nordea Bank: banco finlandês quer manter empresas poluidoras em sua carteira ESG (Maija Astikainen/Bloomberg/Getty Images)

O Nordea Bank diz que não tem planos de excluir empresas poluidoras de seus serviços financeiros sustentáveis.

“É uma área muito nova, por isso arriscamos que estabelecer definições muito altas e rigorosas sobre os requisitos é basicamente inviável”, disse em entrevista Jacob Michaelsen, responsável por consultoria de finanças sustentáveis na unidade de banco de investimento do Nordea.

O Nordea espera causar o “maior impacto” no clima ao não obrigar clientes a fazerem a transição de “um pouco verdes para superverdes”, mas de “sujos para menos sujos e talvez um pouco verdes”, disse Michaelsen.

A distinção está no centro do debate sobre o que deve ser o financiamento sustentável, quando emissores e investidores se adaptam ao regulamento de divulgação da Europa, que entrará em vigor em 10 de março. Enquanto isso, um número crescente de organizações climáticas afirma que o setor financeiro não está fazendo o suficiente para defender as questões ambientais, sociais e de governança, ou ESG na sigla em inglês.

Quando se trata de financiar empresas que poluem, mas que dizem que planejam poluir menos, há uma gama crescente de produtos que banqueiros de investimento podem oferecer aos clientes. Os chamados títulos atrelados à sustentabilidade podem fornecer acesso a investidores ESG a empresas que não são ecológicas o suficiente para emitir um título verde ou que desejam levantar fundos para investir em seus negócios, em vez de financiar um determinado investimento verde.

No lado da gestão de ativos, há muita demanda por produtos de transição. Mika Leskinen, que administra pouco menos de US$ 13 bilhões na FIM Asset Management em Helsinque, diz que até prefere empresas de mercados emergentes que ainda não são verdes, pois há mais possibilidade de ganhar dinheiro.

“Vemos maior potencial nos mercados emergentes quando se trata de ESG”, disse Leskinen em entrevista. Nessa parte do mundo, “é mais fácil para as empresas se destacarem sendo um pouco melhores”, enquanto na Europa Ocidental a maioria das empresas já é “mais ou menos boa” na questão, disse.

No Nordea, o volume de transações em empréstimos atrelados à sustentabilidade mais do que triplicou para 21,6 bilhões de euros (US$ 26 bilhões) no ano passado. Os volumes de empréstimos corporativos verdes foram apenas um décimo do valor.

“Precisamos obviamente trabalhar com transparência e ser sinceros”, disse Michaelsen, do Nordea. “Mas também precisamos permitir alguma flexibilidade para o mercado nos próximos meses e anos.”

Acompanhe tudo sobre:BancosSustentabilidade

Mais de ESG

Queimadas: alta de 54% antecipa período crítico, alerta pesquisa

Amazônia Legal: estudo mostra de onde parte a pressão pelo desmatamento

Oito em cada dez quilombolas vivem com saneamento básico precário ou sem acesso

Cetesb multa em R$ 18 milhões usina responsável pela morte de peixes em Piracicaba

Mais na Exame