ESG

Microsoft, Accenture e Goldman se unem para criar software sustentável

Empresas querem desenvolver um software que produza menos emissões de carbono quando executado em redes de computadores de alta potência que consomem muita energia

Microsoft (MSFT34) (Mike Blake/Reuters)

Microsoft (MSFT34) (Mike Blake/Reuters)

B

Bloomberg

Publicado em 25 de maio de 2021 às 16h47.

Por Dina Bass, da Bloomberg

Microsoft, Accenture e Goldman Sachs fizeram uma parceria com organizações sem fins lucrativos como a Linux Foundation e grupos climáticos para desenvolver e compartilhar maneiras de desenvolver software que produza menos emissões de carbono quando executado em data centers, redes de computadores de alta potência que consomem muita energia.

A Green Software Foundation, cujos fundadores também incluem o GitHub, da Microsoft, e a consultoria de software ThoughtWorks, planeja desenvolver ferramentas e criar padrões para medir o impacto climático do software, além de oferecer treinamento para engenheiros de software que desejam aprender como criar programas que consomem menos energia. Os data centers agora respondem por cerca de 1% da demanda global por eletricidade, com previsão de aumento para 3% a 8% na próxima década, disseram as empresas em comunicado na terça-feira.

Aplicativos de software cada vez mais complexos e com processamento intensivo exigem mais potência de computação e eletricidade, levando a demandas por maior conscientização sobre a pegada de carbono. Empresas de computação em nuvem como Microsoft, Amazon.com e Alphabet, que controla o Google, anunciaram planos para reduzir as emissões de data centers, e muitas companhias divulgaram metas para se tornarem neutras em carbono. Para chegar lá, desenvolvedores de software terão que incorporar uma nova habilidade - engenharia de software verde -, da mesma forma que receberam treinamento anterior para prevenir falhas de segurança de seu código.

“O objetivo é construir aplicativos que descrevemos como eficientes em termos de carbono”, disse em entrevista Asim Hussain, principal promotor de desenvolvedores de nuvem da Microsoft que atuará como diretor executivo da fundação. “Para compreender como fazer isso, precisamos entender um conjunto de habilidades que não são ensinadas em ambientes tradicionais.”

Embora seja difícil determinar exatamente quanto carbono é emitido por programas de software individuais, grupos como a Green Software Foundation examinam métricas como o volume de eletricidade necessário, se os microprocessadores estão sendo usados com eficiência e o carbono emitido nas redes.

A fundação planeja examinar programas de estudos e desenvolver certificações que dariam aos engenheiros experiência neste campo. Assim como em áreas como ciência de dados e cibersegurança, haverá uma oportunidade para engenheiros se especializarem em desenvolvimento de software verde, mas todos que criam software precisarão de pelo menos alguma experiência nisso, disse Jeff Sandquist, vice-presidente de relações com desenvolvedores da Microsoft.

“Isso será responsabilidade de todos na equipe de desenvolvimento, assim como quando olhamos para segurança, desempenho ou confiabilidade”, disse. “Construir o aplicativo de forma sustentável vai fazer diferença.”

Fique por dentro das principais tendências das empresas ESG. Assine a EXAME.

Acompanhe tudo sobre:AccentureCarbonoGoldman SachsLinuxMeio ambienteMicrosoftSoftwareSustentabilidade

Mais de ESG

Dólar fecha em queda de 0,84% a R$ 6,0721 com atuação do BC e pacote fiscal

Alavancagem financeira: 3 pontos que o investidor precisa saber

Boletim Focus: o que é e como ler o relatório com as previsões do mercado

Entenda como funcionam os leilões do Banco Central no mercado de câmbio