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Negócios sustentáveis: o que aprendemos em um mês de Melhores do ESG

Painéis mostraram a importância dos padrões de responsabilidade social, ambiental e de governança para o sucesso das empresas do futuro. Veja os destaques

Sustentabilidade afeta decisão dos consumidores, mas ainda há confusões sobre o tema, mostra pesquisa (Galeanu Mihai/Getty Images)
Isabel Rocha

Jornalista

Publicado em 28 de maio de 2021 às 19h17.

Última atualização em 1 de julho de 2024 às 14h12.

Terminou, nesta sexta-feira, o Melhores do ESG: repensando o valor de tudo. No ar desde o dia 3 de maio, o evento promovido pela EXAME reuniu grandes nomes do setor em debates virtuais que, juntos, somaram cerca de 150 horas de transmissão.

Mais de 170 especialistas em sustentabilidade do Brasil e do mundo participaram dos debates. Dentre os temas abordados por eles, os destaque foram: liderança sustentável, consumo consciente, economia circular e energia renovável.

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“As práticas sociais, ambientais e de governança são um assunto muito importante. Ainda mais nesse momento, onde a iniciativa privada tem sido decisiva nas contribuições à sociedade”, disse Pedro Thompson, CEO da EXAME, durante um dos painéis.

Pensando em quem não conseguiu acompanhar as discussões, listamos abaixo os principais destaques. Confira.

Semana 1 - Liderança e mobilidade sustentáveis

A primeira semana do evento foi marcada pela presença de dois speakers internacionais: Vincent Stanley , coautor com Yvon Chouinard do livro The Responsible Company e diretor de filosofia da Patagonia; e Ioannis Ioannou , professor de estratégia e empreendedorismo da London Business School e um dos principais pesquisadores em ESG do mundo.

Com tradução simultânea, ambos os painéis abordaram a importância da atuação sustentável para o sucesso das companhias do futuro.“Estamos em uma década crítica, com crises significativas de mudança climática, perda de biodiversidade e desigualdades sociais debilitantes dentro e entre as nações. As empresas precisam enfrentar esses desafios ou irão se deparar com pressões políticas e econômicas e, eventualmente, serão boicotadas por investidores, clientes e potenciais colaboradores”, afirmou Stanley em entrevista exclusiva à EXAME.

Temas relacionados à mobilidade sustentável também foram destaque durante a primeira semana, que contou, ainda, com a presença deexecutivos de empresas como a 99, a Localiza, a Volvo Car, a Gestão 4.0, a Hidrovias do Brasil e o Santos Port Authority.

Semana 2 - Economia circular, governança e slow fashion

Na segunda-feira, 10 de maio, o público teve a oportunidade de ouvir Christina Raab, vice-presidente da Cradle to Cradle Products Innovation Institute, falar sobre o conceito que move a instituição: o “cradle to cradle”.

O método é considerado uma das melhores formas de projetar e fabricar produtos de maneira sustentável.“O Cradle to Cradle implica numa mudança de paradigma fundamental. Tudo no ciclo de produção passa a seguir o círculo biológico”, explicou Christina durante a masterclass que deu início à segunda semana de evento.

Além da economia circular, temas como moda consciente, slow fashion e modelos sustentáveis de negócio apareceram nos painéis.

Na quinta-feira (12), o evento apresentou o Prêmio Melhores do ESG, que reconheceu as companhias com as melhores práticas socioambientais do país em 17 setores da economia. Itaú, O Boticário, Ambev e Suzano estavam entre as empresas selecionadas. Veja a lista completa aqui.

Semana 3 - Investimento sustentável, desmatamento e preservação

O crescente interesse dos investidores por empresas alinhadas às boas práticas de ESG não é por acaso. Historicamente,está provado que elas têm maior retorno do que as outras companhias.

Também não por acaso, grande parte dos painéis que foram ao ar entre os dias 17 e 21 de maio falaram sobre governança, investimento sustentável e conservação do meio ambiente. Outros assuntos abordados foram filantropia, saúde mental e NPS—métrica utilizada pelas empresas para medir o nível de satisfação dos clientes.

C ristina Junqueira, cofundadora e CEO do Nubank no Brasil; Denis Mizne, diretor executivo da Fundação Lemann e Patricia Genelhú, head de Investimentos Sustentáveis e de Impacto no BTG Pactual,são apenas alguns dos nomes que marcaram presença ao longo dos 15 painéis que foram ao ar durante a semana.

Semana 4 - Mudanças climáticas, conservação e retorno

Para fechar o mês de maio, o Melhores do ESG procurou entender qual é o papel das empresas no combate às mudanças climáticas. Redução das emissões de carbono, transformação do plástico e energia renovável foram alguns dos tópicos abordados pelos palestrantes.

Com o título “O Desafio Climático”, o primeiro painel da semana foi apresentado por David G. Victor, professor de Organização Industrial e Inovação na Escola de Política e Estratégia Global da UC San Diego e pesquisador do Deep Decarbonization Initiative, um grupo que estuda maneiras eficazes de frear a emissão dos gases responsáveis pelo agravamento do aquecimento global.

Philipp D. Hauser, associado sênior do think tank Agora e responsável pelas políticas globais de energia e clima da empresa na América Latina, e Rafaela Guedes Monteiro, sênior fellow do CEBRI, Núcleo de Energia,falaram sobre a importância da neutralização da emissão de gases de efeito estufa no painel Net-Zero, moderado por Luiz Augusto Barroso, diretor-presidente da PSR.

“As energias renováveis se tornaram mais competitivas do que as alternativas. Quem investir em energia de fonte fóssil estará jogando fora trilhões de dólares”, alertou Hauser durante o painel.

O que vem por aí?

Em junho, a EXAME irá se debruçar sobre outro assunto cada vez mais urgente dentro do mundo corporativo: a diversidade. Um dos pilares do ESG, a diversidade será tema de painéis virtuais divulgados a partir do dia 16.

Acompanhe tudo sobre:Meio ambienteSustentabilidadeMelhores do ESG

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