Esteves, da Comunitas: “A agenda social veio para ficar e vai exigir cada vez mais respostas do mundo corporativo” (./Divulgação)
Leo Branco
Publicado em 11 de maio de 2021 às 20h56.
Última atualização em 11 de maio de 2021 às 21h57.
O que acontece quando uma organização da sociedade civil estimula diferente setores a firmar um pacto coletivo visando o desenvolvimento social para o longo prazo? Regina Esteves tem uma série de respostas para esta pergunta.
Como diretora presidente da Comunitas, dedicada a fomentar e fortalecer ações que apresentem resultados concretos e sustentáveis no empreendedorismo social, ela aprendeu na prática, com as experiências que conduziu em dezenas de cidades brasileiras, cada qual com uma realidade específica.
“Se queremos ter impacto na sociedade, temos que olhar também para a administração pública. O que mais temos feito é engajar setores, com foco no diálogo entre o ambiente público e o ambiente de negócios”, ela explica. “A agenda social veio para ficar e vai exigir cada vez mais respostas do mundo corporativo”.
Duas das lições mais valiosas que Esteves compartilhou em sua entrevista ao editor de Exame, Leo Branco, no encerramento do sexto dia do evento Melhores do ESG, são: não basta apenas investir dinheiro, sem comprometimento. E não basta agir sozinho.
“A pandemia escancara esse fato: o empresário não pode isolar sua empresa e tentar resolver seus problemas, e os problemas de seus colaboradores, sem considerar tudo o que acontece a sua volta”, declarou. “A agenda do ESG não é só das empresas. É dos governos, e também de nós cidadãos”.
Foi pensando assim, disse ela, que a Comunitas colecionou cases estruturantes. “Participamos da queda da mortalidade infantil em Santos (SP), da melhoria do licenciamento em Campinas (SP) e da educação em Teresina (PI), além da queda dos homicídios em Pelotas (RS). Visamos sempre ações de longo prazo”.
A diretora presidente da Comunitas citou uma pesquisa em que as mesmas perguntas foram submetidas aos diretores das áreas de responsabilidade social e às altas lideranças. “As respostas foram completamente diferentes, sinal de que não havia sintonia. Não basta o braço executar, se o coração e a cabeça não estiverem comprometidos”.