ESG

McDonald’s: apesar de resultado robusto, dúvidas pairam sobre acionistas

Demissão do ex-CEO, que custou 44 milhões de dólares, greves de funcionários e acusações de assédio sexual e moral colocam os ganhos da companhia em segundo plano

Operação do McDonald's nos Estados Unidos enfrenta greves e questionamentos sobre governança da empresa (Justin Sullivan/Getty Images)

Operação do McDonald's nos Estados Unidos enfrenta greves e questionamentos sobre governança da empresa (Justin Sullivan/Getty Images)

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Rodrigo Caetano

Publicado em 20 de maio de 2021 às 06h00.

Última atualização em 20 de maio de 2021 às 06h47.

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As vendas do McDonald’s, no mundo, voltaram aos níveis pré-pandemia. A receita do primeiro trimestre deste ano cresceu 7,5% em relação ao ano passado, considerando as mesmas lojas, para 5,12 bilhões de dólares. Nos Estados Unidos, o salto foi de 13,6%. Para o mercado, a rede de lanchonetes apresentou resultados robustos.

Mesmo assim, a reunião anual de acionistas da empresa, marcada para esta quinta-feira, 20, às 11h, horário de Brasília, deve ser cheia de questionamentos sobre a governança da gigante do fast food.

O conselho do McDonald’s enfrenta críticas pela forma como lidou com a demissão do ex-CEO da companhia, Steve Easterbrook, desligado em 2019 após manter uma relação sexual consensual com uma funcionária, o que viola as políticas de conduta do grupo. Mesmo diante de flagrante violação, Eastbrook recebeu 44 milhões de dólares em compensações.

O questionamento se voltou contra os conselheiros que aprovaram o pagamento. Alguns investidores já declararam que não vão aprovar a reeleição de Richard Lenny para o conselho. Foi ele quem presidiu o comitê de remuneração que aprovou o pacote de compensação de Eastbrook.

Segundo o jornal The New York Times, em abril, três grandes fundos de pensão americanos escreveram uma carta afirmando que não votarão pela reeleição dos conselheiros que, na visão deles, foram responsáveis pela desastrosa demissão do ex-CEO.

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Protestos por melhores salários

Se o ex-CEO obteve um vultoso acordo de demissão, mesmo tendo flagrantemente violado as políticas de conduta da rede de lanchonetes, o “baixo escalão” da empresa, por outro lado, luta para aumentar o salário mínimo praticado nos restaurantes para 15 dólares por hora. Atualmente, os trabalhadores recebem cerca de 10 dólares, dependendo da lanchonete.

Na semana passada, a rede anunciou que vai aumentar em 10% os salários, que passarão a variar de 11 a 17 dólares. Mas, o novo valor só vigora nos 650 restaurantes próprios do grupo, as outras 14 mil lojas pertencentes a franqueados não entram na regra. Na quarta-feira, 19, funcionários das lanchonetes entraram em greve em 15 cidades americanas.

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