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Larry Fink: “Os eventos no Capitólio são um lembrete de quão vulnerável e preciosa é a democracia” (Bloomberg / Colaborador/Getty Images)
Rodrigo Caetano
Publicado em 26 de janeiro de 2021 às 15h28.
Última atualização em 26 de janeiro de 2021 às 16h41.
De janeiro até novembro do ano passado, investidores injetaram 288 bilhões, globalmente, em ativos sustentáveis. O volume é mais do que o dobro do registrado no ano todo de 2019. Para Larry Fink, CEO da BlackRock, a maior gestora do mundo com mais de 8 trilhões de dólares em ativos, esse é o começo de uma transição que vem acelerando. “Sabemos que os riscos climáticos são riscos de investimento. Mas também acreditamos que a transição climática representa uma oportunidade histórica de investimento”, escreveu Fink, em sua já tradicional carta anual aos investidores.
Fink destacou o momento político conturbado nos Estados Unidos. Para ele, os tumultos provocados por apoiadores do ex-presidente americano Donald Trump no dia da posse de seu sucessor Joe Biden são fruto de alienação política abastecida por mentiras e oportunismo político. “Os eventos no Capitólio são um lembrete de quão vulnerável e preciosa é a democracia”, diz o CEO. “Apesar das trevas dos últimos 12 meses, há sinais de esperança.”
O esforço das empresas em gerar valor a todos os stakeholders e as inovações desenvolvidas rapidamente para manter o fluxo de alimentos e produtos de consumo durante o lockdown são alguns desses sinais. Assim como o desenvolvimento de múltiplas vacinas em tempo recorde, “um dos maiores triunfos da ciência moderna”, como descreve Fink. E foram feitos avanços no combate às mudanças climáticas.
“Acredito que a pandemia representou uma crise existencial tão grande, uma evidência inconteste da nossa fragilidade, que nos levou a confrontar a ameaça global das mudanças climáticas mais fortemente e a considerar como, da mesma forma que a pandemia, irá alterar nossa vida”, diz.
Na carta do ano passado, Fink afirmou que o mundo estava “à beira de uma grande reconfiguração financeira”. No início da pandemia, houve questionamentos sobre a continuidade dessa transição, em virtude do forte declínio econômico. “Aconteceu justamente o contrário e a realocação de capital acelerou mais rapidamente do que antecipei”, escreveu. E essa mudança “tectônica” irá acelerar ainda mais, à medida que o comportamento do investidor vá mudando e mais produtos ESG acessíveis cheguem ao mercado.
As cartas de Larry Fink
A BlackRock tem sido uma das grandes influências nessa onda ESG. As já notórias cartas de Larry Fink, CEO global da gestora, defendendo o capitalismo de stakeholder, moldaram uma geração de investidores. “A cada carta, o Larry adiciona alguma coisa nova”, afirma Carlos Takahashi, presidente da companhia no Brasil, que participou do segundo episódio do podcast ESG de A a Z.
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De fato, Fink foi introduzindo o tema aos poucos, mas com grande eficiência. Hoje, a ideia de que as empresas existem para dar retorno a todas as partes interessadas (stakeholder), e não apenas ao acionista, é amplamente disseminada no mercado. E, a cada ano, a BlackRock traz mais uma novidade. Em 2020, por exemplo, ela anunciou o desinvestimento em alguns setores intensivos em carbono, como o carvão térmico.
O que falta para essa agenda dominar de vez o mercado são padrões. Takahashi comenta a corrida para desenvolver um conjunto de métricas universais, que permita aos investidores, grandes ou pequenos, utilizar o ESG como padrão de análise de empresas.
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