ESG

Joaquim Leite: o meio ambiente empreendedor

Exclusivo: ministro do Meio Ambiente escreve sobre suas ações à frente da pasta e imagina um futuro sem carbono, circular e puxado pela iniciativa privada

O ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite, durante a COP27, no Egito: construção de uma base para a economia verde (NurPhoto / Colaborador/Getty Images)

O ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite, durante a COP27, no Egito: construção de uma base para a economia verde (NurPhoto / Colaborador/Getty Images)

RC

Rodrigo Caetano

Publicado em 27 de dezembro de 2022 às 08h29.

O Mundo vive um desafio ambiental. O modelo econômico atual ainda provoca excessivas emissões de gases de efeito estufa; poluição do ar, rios e mares; geração de lixo nas cidades em volumes absurdos; além de perda de floresta nativa, biodiversidade e recursos naturais. Mas, por outro lado, foi tudo isso que proporcionou à sociedade um nível de qualidade de vida nunca visto na história.

O Brasil já tem metas ambiciosas para superar esses desafios, como a universalização de tratamento de esgoto e água potável até 2033, o compromisso de recuperar 50% das embalagens plásticas até 2040 e alcançar a neutralidade de emissões em 2050. Contudo, o cumprimento desses objetivos só será possível por meio do empreendedorismo – uma característica muito presente no brasileiro.

Empreender é sair da área do sonho, do desejo utópico e partir para ação real. É saber identificar a necessidade de mudanças. Também pode ser visto como desenvolver algo diferente, inovador e melhor. A superação de um desafio ou situação complicada. Por fim, empreender é enxergar riscos e buscar oportunidades para transformá-los em negócios lucrativos.

Nos últimos anos o Ministério do Meio Ambiente foi o mais empreendedor desde sua criação. Implementamos políticas públicas, programas e ações inovadoras na direção de uma nova economia verde, como os mercados de crédito de carbono e metano; o certificado de crédito de reciclagem – Recicla+; a iniciativa de pagamento por serviços ambientais Floresta+; Frota +Verde, que dá impulso à renovação de frota; e o Escolas +Verdes, que promove educação ambiental. E durante a Conferência de Biodiversidade da ONU realizada no Canadá (COP15), destacamos o inovador crédito de biodiversidade. Exemplos que demonstram que criamos diversos ativos ambientais e transformamos temas que antes eram passivos para o Brasil em oportunidades.

Imagine um futuro com indústrias neutras em emissões, produzindo créditos de carbono. Neste mesmo contexto, a reciclagem de materiais gerando créditos de logística reversa. Também o cuidado com a floresta nativa e proteção da biodiversidade sendo reconhecida e remunerada. Ou ainda, a produção agrícola de alimentos, fibras e energia criando valor adicional ao produtor.

As bases desta nova economia verde já estão postas. Agora, de forma racional e não utópica o setor privado deve atuar e dar escala a empresas verdes, que vão de mobilidade sustentável à hidrogênio verde, de lixo à reciclagem, de logística reversa de embalagens à redução do uso de recursos naturais, da proteção da biodiversidade ao algodão sustentável, de carbono de vegetação nativa à agricultura convencional mais regenerativa do mundo.

Foi o espírito não acomodado que tirou o homem das cavernas e os levou a criar o aço e o concreto para suas casas, que permitiu voarmos mais alto e mais rápido que os pássaros e chegarmos às viagens além da terra.

Foi com este perfil inquieto e empreendedor que o Governo Federal deu passos importantes na direção deste novo mundo de oportunidades verdes para todos os brasileiros e para a natureza.

*Joaquim Álvaro Pereira Leite é ministro do Meio Ambiente

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