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Como uma gestora vai usar o foco em ESG para transformar a estratégia

“Vai afetar tanto o retorno quanto o risco dos investimentos”, diz presidente da Neo Investimentos sobre decisão de adotar abordagem ESG em todos os fundos da casa

Marcelo Cabral, presidente e sócio-fundador da Neo Investimentos | Foto: Divulgação (Divulgação/Divulgação)
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Guilherme Guilherme

Publicado em 13 de junho de 2021 às 11h02.

Última atualização em 14 de junho de 2021 às 11h29.

Com 5,3 bilhões de reais sob gestão e a dois meses de completar 18 anos, a Neo Investimentos se prepara para uma nova fase em busca de se consolidar como uma das principais gestoras independentes do país. A primeira mudança foi a escolha de um presidente para tocar o plano de ação.

“Em seus 17 anos, a Neo nunca teve uma figura de presidente. Criamos para tocar essa agenda de crescimento mais acelerado e fui eleito para fazer isso”, conta Marcelo Cabral, presidente da Neo e sócio-fundador. “O grande objetivo da função é fazer as mudanças estruturais necessárias para alcançar o crescimento que almejamos, que é estar entre as principais gestoras independentes do Brasil.”

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Entre as principais transformações está o foco em políticas ESG, sigla que em inglês significa meio ambiente, social e governança. Além de incorporar esse padrão de análise em todos os fundos de investimento da casa, a própria gestora quer servir de exemplo.

“A ideia é que seja um processo transversal, não somente aplicado nos produtos, mas na própria empresa, com ações filantrópicas e a zeragem da pegada de carbono, que fizemos neste ano. Queremos ser uma gestora ESG em todos os aspectos”, diz o presidente da Neo.

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Com fundos de diferentes estratégias (multimercados, private equity e ações), Cabral espera que em até três anos já seja possível mensurar os impactos dos aspectos ESG nos produtos da casa. “Isso vai afetar tanto o retorno quanto o risco dos investimentos. Por isso é tão estratégico para a Neo.”

Para fazer as mudanças, a gestora criou um comitê de sustentabilidade, que teve a consultoria de Anne-Titia Bové, com 13 anos de McKinsey e sócia da SYSTEMIQ. Além dela e do próprio presidente da NEO, o comitê será formado por um membro de cada um dos quatro fundos da casa.

“A abordagem ESG que se tem em um fundo multimercado é bem diferente da usada no de private equity, em que a interação com é extremamente mais profunda pois se tem o poder de influenciar diretamente na aplicação desses aspectos”, comenta Cabral.

Ao menos com o “G”, de governança, não deve haver grandes mudanças em relação ao que os fundos já fazem, já que, segundo Cabral, este sempre foi um dos pilares da filosofia de investimento da casa, sempre visando o longo prazo.

Tal abordagem, antes mesmo do início do projeto, rendeu ao Navitas, fundo de ações da casa, cinco estrelas da Morningstar no segmento ESG. “Empresas que focam muito em governança tendem a tratar bem os outros aspectos. Também por isso, decidimos colocar isso como algo estratégico dentro da Neo.”

O mais velho fundo de ações da casa, o Navitas, foi criado em 2012 e desde então acumulou retorno de 233,9% contra 115,2% do Ibovespa. A filosofia por trás de tamanha rentabilidade foi investir em ações de empresas que tenham pouca dependência de conjunturas econômicas e que, por si só, consigam gerar valor.

Segundo seu gestor, Matheus Tarzia, o tempo médio de cada ação no fundo é de três anos, mas pode durar ainda mais. Os papéis da Raia Drogasil (RADL3), por exemplo, ficaram por quase nove anos no portfólio. É em cima dessa estratégia que a Neo está lançando um fundo de previdência.

“Temos observado quais são as necessidade dos nossos clientes e essa a nossa filosofia casa muito com um produto de previdência. De vez em quando, o mercado começa a perseguir um tema. Mas, o nos move é a perspectiva de crescimento de longuíssimo prazo”, comenta Cabral.

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