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Frasle Mobility lança caldeira movida a biomassa e reduz emissões em 60%

O projeto de R$ 17 milhões foi desenvolvido no parque fabril da companhia em Caxias do Sul (RS), o maior complexo produtor de material de fricção para freios do mundo

A caldeira verde substitui o uso do gás natural por biomassa para a geração do vapor que é necessário nos processos de aquecimento industrial e é uma tecnologia 93% limpa (Alex Battistel / Frasle /Divulgação)

A caldeira verde substitui o uso do gás natural por biomassa para a geração do vapor que é necessário nos processos de aquecimento industrial e é uma tecnologia 93% limpa (Alex Battistel / Frasle /Divulgação)

Sofia Schuck
Sofia Schuck

Repórter de ESG

Publicado em 13 de dezembro de 2024 às 12h41.

Última atualização em 13 de dezembro de 2024 às 14h24.

Com 35 complexos industriais espalhados pelo mundo, a multinacional de soluções de mobilidade Frasle Mobility, tem como grande desafio descarbonizar seus processos intensivos em energia.

Controlada pela Randon Corp desde 1996, a companhia é a maior produtora mundial de materiais de fricção para freios e uma importante fornecedora de autopeças para o setor automobilístico. Em seu maior parque fabril localizado em Caxias do Sul (RS), um novo projeto lançado na quinta-feira (12) será capaz de reduzir em 60% suas emissões próprias de gases de efeito estufa.

A "caldeira verde", movida a biomassa, utiliza resíduos florestais em substituição ao gás natural e provê calor para os processos de aquecimento da fábrica a partir da fonte renovável.

Desenvolvida nos últimos anos e com um investimento de R$ 17 milhões, a tecnologia é 93% limpa e vai de encontro ao compromisso do grupo de reduzir 40% as emissões até 2030. No caso da Randon Corp, representa metade da meta.

O presidente e CEO da Frasle Mobility e CEO da Randoncorp, Sérgio L. Carvalho, destacou no lançamento que o investimento é uma preocupação da empresa em fazer o que é certo para o planeta. Em entrevista à EXAME, reforçou que a meta é bastante ambiciosa para o setor e que se inspiraram em grandes conglomerados internacionais.

"Nós não tínhamos clareza de como iríamos chegar lá. Iniciamos a jornada, fizemos o mapeamento, criamos energia limpa fotovoltaica no nosso centro de tecnologia na China, além de outras ações dentro da fábrica. Mas só a caldeira já bate 50% da meta", disse. Segundo ele, a companhia está positiva em alcançar seus compromissos ESG até o final desta década -- e talvez o feito aconteça ainda antes.

Por enquanto, o projeto irá entrar em operação apenas em Caxias, por uma questão de volume de produção e tipo de material. Por lá, são produzidas cerca de 250 mil lonas por dia e 9 mil pastilhas. Por outro lado, este tipo de caldeira sustentável já tem ganhado escala nos últimos anos e pode ser a 'solução perfeita' para outras indústrias que não sejam de autopeças, como todas aquelas que precisam de aquecimento em seus processos, reiterou Sérgio. 

Com a transformação da etapa do processo de produção, a expectativa é deixar de emitir cerca de 10 mil toneladas de dióxido de carbono por ano. Isso equivaleria, por exemplo, ao que um único carro emite ao dar aproximadamente 2.037 voltas ao redor da Terra, exemplificou a Frasle.

Jornada sustentável

No início dos anos 2000, a Frasle foi a primeira empresa do Rio Grande do Sul a receber o selo ISO 14001 de gestão ambiental e também é pioneira no uso de materiais compositos feitos com fibra de vidro e poliester. Além de fornecer uma maior durabilidade e leveza, a solução também é menos poluente e reduz o impacto ambiental em relação ao aço, material amplamente utilizado nesta indústria pesada. Embora o foco atual da empresa seja prover peças para o setor automotivo, futuramente também pode atender outros como cosméticos, agricultura e moda.

As maiores fontes de emissões da companhia estão no escopo 1 e 2: em primeiro, vem a energia e eletricidade, em segundo, o uso de combustíveis fósseis e em seguida, os processos industriais e equipamentos dentro das fábricas.

Visando alcançar sua meta de emissões até 2030, o grupo também tem olhado também para o escopo 3 (que se refere ao produto final e a cadeia de fornecedores).

Entre seus outros compromissos ambientais, também estão zerar resíduos em aterros sanitários a partir do reaproveitamento e reutilizar 100% do efluente de água tratado até 2025. Atualmente, o aço ainda representa 40% da matéria-prima utilizada, mas Sérgio destaca que hoje já é possível garantir a compra do 'aço verde', e a indústria tem se comprometido com práticas mais responsáveis. 

"Nós cuidamos para que toda nossa cadeia de fornecedores faça seu papel, até para ter uma mobilização da indústria. Até por que ela é muito maior do que temos dentro das quatro paredes da fábrica. Por exemplo, nós fornecemos autopeças para os fabricantes de caminhões e eles têm a responsabilidade de torná-lo mais amigável, então nós fazemos parte do processo", explicou. 

O executivo também acredita que é possível chegar na neutralidade de carbono no futuro, mas que se trata de uma jornada e um grande desafio para indústrias pesadas.

"É difícil falar que vamos fazer em X anos. A energia é muito importante para nós, e possivelmente nela está a resposta. Podemos nos associar a um grupo produtor de eólica ou solar, ou até fazer um investimento neste segmento. Mas ainda não sabemos se será da forma A ou B, estamos analisando", complementou. 

Centros de tecnologia e inovação 

As soluções inteligentes e sustentáveis da companhia tem origem em seus centros de tecnologia e inovação. Um dos maiores de engenharia avançada da América Latina é o Movetech, integrado por diversos laboratórios e mais de 200 especialistas. Na Randoncorp, a Frasle também compartilha do Centro Tecnológico Randon (CTR) e a NIONE, pioneira global em nanopartículas. 

Por trás das inovações, está o grupo Instituto Hercílio Randol, que hoje conta com um ecossistema pulsante de mais de 300 pesquisadores, 27 universidades e 180 startups.

O material compositor é um dos exemplos criados lá, a partir de um projeto verde da incubada Compass. Há também a NOB, que aposta em uma tecnologia para substituir a resina fenólica amplamente utilizada por uma matéria-prima mais sustentável, e a Maxcoating, de pintura de nanoparticulas para utilização em discos de freio. 

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