ESG

Para acertar na sustentabilidade, empresas miram energias renováveis

A Bayer e o Grupo NotreDame Intermédica firmaram parcerias com as empresas de energia Omega e EDP para a construção de projetos solares e eólicos; objetivo é abraçar a energia 100% limpa

Energias renóvaveis na mira de gigantes: Bayer e GNDI querem mais fontes limpas em suas operações (Amanda Perobelli/Reuters)

Energias renóvaveis na mira de gigantes: Bayer e GNDI querem mais fontes limpas em suas operações (Amanda Perobelli/Reuters)

A Bayer anunciou uma parceria com a empresa Omega Energia para a construção de um novo parque eólico e solar que será responsável por fornecer eletricidade a algumas unidades da empresa no Brasil. O contrato terá duração de 10 anos, a partir de 2024, e garante que oito plantas da Bayer funcionem a partir de energia 100% renovável.

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O parque, ainda sem região definida, será entregue em 2023 e passará a funcionar no ano seguinte. Segundo a empresa, o projeto deve evitar a emissão de 100.000 toneladas de CO2 na atmosfera ao longo de seus 10 anos em operação. As cidades escolhidas são Uberlândia, Paracatu, Itaí, Campo Verde, Belford Roxo e Cachoeira Dourada. Desde o início deste ano, outras duas plantas em Petrolina (PE) e Paulínia (SP) já recebem energia limpa da Omega e evitam a emissão de 500 toneladas de CO2, segundo a empresa.

Para garantir a eficiência do novo parque, a Bayer passará também a medir as emissões evitadas com a compra da energia renovável da Omega, e os dados serão divulgados periodicamente.

"O acordo com a Omega é mais uma das importantes iniciativas que estamos implementando para atingir nossas metas de sustentabilidade: até 2030, pretendemos nos tornar uma empresa carbono neutro, tornar os nossos locais de produção neutros para o clima e reduzir as emissões de poluentes em toda a nossa cadeia de valor, além de reduzir o impacto ambiental dos nossos produtos de proteção de culturas em 30%”, afirma, em nota, Rogério Andrade, vice-presidente de suprimentos de produtos da Bayer para a América Latina.

“Com os 125 anos da Bayer, a ideia é mostrar que não podemos fazer nada sozinhos”, diz Alex Merege, líder de suprimentos para a área de agronegócio da Bayer na América Latina. “A ideia é firmar compromissos que mostram que queremos contribuir com a sustentabilidade de maneira global”.

Segundo Merege, um dos principais desafios sustentáveis do setor se refere à uma transição energética para matrizes mais limpas. "Esse desafio global não é maior em agricultura, mas é muito pertinente nesse setor, e por isso a Bayer também prioriza isso”, diz.

Entre os principais compromissos da Bayer ligados ao ESG está a neutralização de toda a operação e a redução de 12 a 15 toneladas de gases poluentes em toda a cadeia de valor - que envolve, inclusive, os fornecedores - até 2030. A empresa também quer cortar, até 2030, mais 4 toneladas de carbono provocadas pelas operações diretas ou indiretas a partir de eficiência energética e matrizes limpas.

Na divisão agro, a Bayer também mira incentivos técnicos e financeiros a pelo menos 100 milhões de pequenos agricultores e também reduzir o impacto ambiental dos produtos de proteção de culturas (a exemplo dos agrotóxicos) em 30% até 2030.

Energia renovável na saúde

Assim como a Bayer, o Grupo NotreDame Intermédica (GNDI) também decidiu ampliar o uso de energias renováveis em suas operações. Para isso, a empresa de saúde se uniu à EDP para a construção de quatro usinas solares que, juntas, irão abastecer 60 centros clínicos do Grupo nas cidades de São Paulo e Rio de Janeiro pelos próximos 10 anos.

Para tirar o projeto do papel, o Grupo Notredame investiu cerca de 20 milhões de reais.

A associação com a empresa de energia também faz parte de uma estratégia mais ampla voltada à sustentabilidade, explica Anderlei Buzelli, vice-presidente de ESG, riscos e compliance do Grupo Notredame Intermédica. “Temos bastante cuidado com o greenwashing. Queremos ser sustentáveis e adotar medidas que realmente nos levem a isso", diz.

As quatro usinas ocuparão uma área 155.000 metros quadrados – o equivalente a 15 campos de futebol – e utilizarão 8.361 módulos fotovoltaicos. Juntas, as usinas terão cerca de 4,4 megawatts de potência e vão gerar cerca de 8.350 megawats/hora por ano, suficiente para abastecer 2.784 residências, estima a empresa.

A construção das unidades também proporcionará benefícios ao meio ambiente. A estimativa é que 515 toneladas CO2 deixem de ser emitidas com o reforço trazido pela solar. A conta também cairá no bolso da empresa, que pretende economizar 1,2 milhão de reais em contas de energia apenas no primeiro ano de funcionamento dos projetos.

Como parte do esforço ambiental, desde 2018, a empresa faz inventários de emissão de gases do efeito estufa. Em um primeiro momento, as emissões incluíam apenas a sede administrativa da empresa, na cidade de São Paulo. Nos dois anos seguintes, porém, a companhia inclui também os hospitais e hoje contempla 100% de toda a operação, nos escopos 1, 2 e 3. “Nossa crença é de que também precisamos cuidar da saúde da natureza, e não apenas da saúde das pessoas. Uma coisa está ligada a outra”, diz Buzelli.

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