ESG

Emissão de dívida verde por emergentes pode chegar a US$ 100 bi

O International Finance Corporation, braço de investimentos do Banco Mundial, e a gestora Amundi projetam que as emissões aumentarão em ritmo acelerado em relação aos US$ 40 bilhões em 2020

Emissores serão estimulados pela perspectiva de juros mais baixos para esse tipo de dívida (manusapon kasosod/Getty Images)

Emissores serão estimulados pela perspectiva de juros mais baixos para esse tipo de dívida (manusapon kasosod/Getty Images)

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Bloomberg

Publicado em 19 de abril de 2021 às 08h27.

A emissão de títulos verdes em mercados emergentes deve mais que dobrar até 2023, ultrapassando US$ 100 bilhões, segundo dois dos maiores players do setor.

O International Finance Corporation (IFC), braço de investimentos do Banco Mundial, e a gestora de ativos europeia Amundi, que juntos criaram o maior fundo de títulos verdes do mundo com foco em mercados emergentes, projetam que as emissões aumentarão em ritmo acelerado em relação aos US$ 40 bilhões em 2020. Os emissores serão estimulados pela perspectiva de juros mais baixos para esse tipo de dívida, disseram em relatório.

“A perspectiva para a emissão de títulos verdes em mercados emergentes permanece robusta”, disse Yerlan Syzdykov, responsável global por mercados emergentes da Amundi. “Os esforços de política fiscal em economias emergentes vão trazer recuperação, proporcionando oportunidade para impulsionar o investimento verde em áreas que incluem energia renovável, infraestrutura urbana verde e agricultura inteligente para o clima.”

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Embora alguns países como Indonésia e Egito tenham vendido títulos verdes, a Europa lidera o mercado, atualmente avaliado em mais de US$ 1 trilhão. Além disso, o segmento de mercados emergentes é dominado pela China, e as emissões ainda são lentas em regiões muito expostas ao risco climático, como a África Subsaariana.

Isso gera a preocupação de que o setor de títulos verdes está deixando para trás os que mais precisam de financiamento para a transição climática, pois regras pensadas para emissores de mercados desenvolvidos excluem necessidades de países de mercados emergentes.

Para aumentar a emissão entre emergentes, a qualidade das informações para os investidores deve ser melhorada, enquanto emissores precisam de maior conscientização e capacidade de classificar os ativos como verdes de maneira confiável, disse Jean Pierre Lacombe, diretor de pesquisa de mercado do IFC.

Para evitar o risco do chamado greenwashing, ou prática de maquiar o cumprimento de metas ambientais, investidores devem se envolver ativamente com os emissores, disse Syzdykov, da Amundi, observando que recentemente vendeu títulos verdes do State Bank of India devido a um polêmico financiamento para um projeto de mineração.

Autoridades também precisarão fazer mudanças nas estruturas regulatórias para apoiar o financiamento sustentável. Ainda há confusão sobre a definição de projetos verdes, pois cada país tem criado a própria.

O fluxo de fundos para o setor tem sido intenso. O fundo Amundi Planet Emerging Green One, de US$ 1,5 bilhão, uma parceria com o IFC, mostrou um dos melhores retornos no último trimestre, de acordo com a Bloomberg Intelligence.

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