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A B3 anuncia o IDIVERSA B3 (Reprodução/Getty Images)
Repórter de ESG
Publicado em 15 de agosto de 2023 às 09h30.
Depois de lançar indicadores como o Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE), a B3 anuncia nesta terça-feira, 15, o IDIVERSA B3, primeiro índice latino-americano a combinar num único indicador critérios de gênero e raça para selecionar as empresas que irão compor a carteira. "Diferentemente de outros índices já existentes que olham só para gênero ou raça, estamos trabalhando com uma tese de agrupamento ao considerar os dois grupos socialmente minorizados. Isto deve ajudar a induzir práticas ESG no mercado, e trazer mais uma tese de investimento", diz Ana Buchaim, vice-presidente de pessoas, marketing, comunicação, sustentabilidade e investimento social privado da B3.
O índice é o décimo da família de indicadores ESG disponibilizados pela bolsa, que conta com, por exemplo, com o já citado ISE B3, o IGPTW B3, que reúne as melhores empresas para trabalhar; e o ICBIO, que acompanha os preços dos créditos de descarbonização. "O IDIVERSA B3 é o décimo índice na família ESG da B3", diz Buchaim.
Para influenciar o mercado, a executiva afirma que a B3 está fazendo a lição de casa ao ter, por exemplo, cerca de 30% de mulheres em posições de liderança -- com meta de alcançar 35% até 2026. "Entendemos ainda que outros grupos de diversidade, com os quais já temos práticas estabelecidas, podem entrar no índice no futuro conforme os dados coletados pela CVM evoluírem, como os de pessoas com deficiência".
O índice foi construído com base em dados públicos disponíveis no Formulário de Referência (FRe), um requisito anual para empresas de capital aberto. Neste ano, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) passou a exigir a apresentação, nos formulários, do número de funcionários e de integrantes dos órgãos de administração e conselhos das companhias agrupados por gênero e raça.
Assim, para entrar no IDIVERSA, a empresa precisa ter ao menos uma mulher ou uma pessoa negra no Conselho de Administração e uma mulher ou uma pessoa negra na Diretoria Estatutária, tendo apenas em uma pessoa em uma dessas áreas da empresa, mas não em outra, a participação é invalidada. O desafio é a clareza em relação à interseccionalidade, uma vez que a empresa pode, por exemplo, contabilizar uma mulher negra duas vezes.
A partir desses dados, a B3 calcula uma nota para cada companhia, o chamado Score Diversidade, que leva em conta o setor de atividade. O resultado do score é um dos principais critérios para definir a entrada de uma empresa no novo índice, que somado aos critérios de liquidez, define a seleção das empresas que compõe o índice.
O IDIVERSA tem como critérios de inclusão:
Já os critérios de exclusão são:
Com validade a partir de hoje, a primeira carteira do IDIVERSA B3 incluirá 79 ativos de 75 empresas, abrangendo dez setores econômicos. A oferta do IDIVERSA B3 permitirá o desenvolvimento de produtos de investimento, como fundos passivos e ativos, além de fundos de índices que poderão aumentar a oferta de produtos para os investidores finais. Neste momento, há ativos como Azul S.A, Lojas Renner S.A, Neoenergia S.A, entre outras.
“Além de dar visibilidade e transparência das companhias que se destacam entre seus setores na temática diversidade, os índices são ferramentas essenciais para o desenvolvimento de mercado já que oferecem aos investidores referências para avaliação, planejamento de investimentos e formação de portfólios”, finaliza Buchaim.