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Ondas de calor impactaram diversas cidades em todo mundo e são reflexo da emergência climática (Rovena Rosa/Agência Brasil)
Repórter de ESG
Publicado em 30 de dezembro de 2024 às 14h05.
Última atualização em 30 de dezembro de 2024 às 14h10.
2024 será o ano mais quente já registrado, encerrando uma década de calor sem precedentes impulsionado pela ação humana , alertou a Organização Meteorológica Mundial (WMO) nesta segunda-feira (30). Com as emissões de gases estufa batendo novos recordes, os impactos vão desde enchentes históricas até incêndios devastadores -- afetando economias, ecossistemas e comunidades em todo o planeta.
Em mensagem antes do Ano Novo, o secretário-geral da ONU, António Guterres, destacou a necessidade de se reduzir drasticamente as emissões em 2025 e acelerar a transição energética para fontes renováveis. “O mundo enfrentou uma década de calor letal. Os dez anos mais quentes da história ocorreram na última década, incluindo este ano. Este é o colapso climático — em tempo real”, disse em comunicado.
A secretária-geral da WMO, Celeste Saulo, reiterou que “cada fração de grau importa, pois aumenta extremos climáticos, impactos e riscos”. Em 2024, eventos como chuvas recordes, inundações, ciclones tropicais e ondas de calor deixaram um rastro de destruição. As temperaturas ultrapassaram os 50°C em diversos países, enquanto incêndios florestais devastaram regiões e agravaram a seca.
A ONU também destacou a urgência da iniciativa Early Warnings for All, voltada para o fortalecimento de serviços climáticos e sistemas de adaptação, além do Global Greenhouse Gas Watch, que monitora as emissões globais e apoia a Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (UNFCCC) e as COPs.
Em 2025, a ONU terá como foco ações para preservação das geleiras e o foco será em ações na criosfera — regiões congeladas da Terra, como gelo marítimo, geleiras e permafrost. A iniciativa, liderada pelo braço da UNESCO e WMO, busca conscientizar sobre a aceleração do derretimento dessas áreas críticas.
Um relatório conjunto da World Weather Attribution e Climate Central revelou que a mudança climática intensificou 26 dos 29 eventos climáticos extremos analisados em 2024, incluindo ciclones e ondas de calor que deslocaram milhões e resultaram em milhares de mortes. O documento também apontou um aumento de 41 dias de calor perigoso no ano.
Com a marca de 75 anos em 2025, a WMO reforçou que segue coordenando esforços para monitorar o clima e apoiar ações globais contra a crise climática, priorizando saúde pública e segurança ambiental.