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Eduardo Leite diz que incertezas do governo Lula podem ser prejudiciais ao país

Em evento do Credit Suisse, governador do RS defendeu que haja reforma tributária no Brasil e questionou qual será o governo: Lula 1, 2 ou Dilma

Eduardo Leite: apesar das ressalvas, o governador reeleito em outubro de 2022 e futuro presidente nacional do PSDB elogiou o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (Esfera Brasil/Divulgação)
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Esfera Brasil

Publicado em 1 de fevereiro de 2023 às 18h05.

Última atualização em 1 de fevereiro de 2023 às 18h18.

O governador do Rio Grande do Sul pelo PSDB, Eduardo Leite, afirmou nesta quarta-feira, 1º, que a falta de clareza sobre a condução da política fiscal do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) causa incerteza e apreensão, o que pode ser prejudicial aos investimentos no Brasil. “No atual governo federal, as mensagens ainda são ambíguas. A dúvida e a incerteza geram riscos, e riscos são custos até o ponto de inviabilizar negócios e investimentos”, diz em evento do Credit Suisse “Latin America Investiment Conference 2023”, em São Paulo.

Apesar das ressalvas, o governador reeleito em outubro de 2022 e futuro presidente nacional do PSDB elogiou o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, mas disse que não há um retrospecto de atuação dele na pasta.

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“É possível fazer oposição com responsabilidade e de forma objetiva. Não duvido das intenções do presidente Lula, são sinceras, honestas, na direção de melhorar a vida das pessoas. Mas são equivocadas em alguns pontos, como na área fiscal e econômica. Qual será o tipo de política econômica? O grande questionamento é se será Lula 1, 2 ou se será Dilma”, pontua.

Leite está preocupado com a alta da inflação e dos juros, que poderá tirar dinheiro do Orçamento e comprometer o crescimento econômico. Segundo o governador, o problema é o fato de o governo prometer uma política social de transferência de renda sem demonstrar quais as despesas serão cortadas e onde haverá redução do desperdício de recursos públicos.

O painel “Os desafios para o estado do Rio Grande do Sul” foi mediado por Camila Funaro Camargo, CEO da Esfera Brasil, e por Solange Srour, economista-chefe do Credit.

Veja também: Empresários entregam para Haddad proposta que altera voto de qualidade do Carf Empresários defendem a união do Brasil em prol do crescimento do país

Reforma tributária

Eduardo Leite afirmou que a reforma tributária tem apoio dos governadores, uma vez que “o ICMS é um imposto moribundo”, pela mudança da lógica econômica, que se deslocou da produção de bens para serviços. Na avaliação do governador, a reforma será capaz de trazer um ganho importante de produtividade à economia nacional.

“A complexidade do sistema tributário tira o potencial de crescimento econômico, o que impõe essa reforma como urgente para o país. Trabalhamos pela reforma tributária dos estados, embora isso não signifique que a gente possa esperar a reforma como solução aos problemas urgentes nas receitas dos estados”, ressalta.

Contas do RS

Um dos desafios enfrentados por Eduardo Leite ao assumir o governo do estado foi conseguir o equilíbrio fiscal. Segundo ele, as contas públicas estavam em déficit há mais de quatro décadas. O feito só foi possível com o alinhamento da agenda com o parlamento e a sociedade civil, o que viabilizou reformas.

“Se você não fizer política com argumentos, trazendo as forças políticas para essa pauta, você sofrerá pressão. Parlamentares são estratégicos para tomada de decisão. Fizemos com diálogo. Não tivemos batalha campal no Rio Grande do Sul nem descontrole social quando fizemos reformas, por exemplo, na carreira dos servidores”, relata.

De acordo com Leite, com a aprovação da reforma, foi possível economizar R$ 12 bilhões em três anos com a folha de pagamentos, sendo que R$ 6 bilhões foram destinados a investimentos.

O governador defendeu também as privatizações já realizadas e a continuidade do processo no estado. Segundo ele, ao ver os resultados, com mais investimentos em estradas e saúde, a população entende que este é um bom caminho a ser seguido.

Futuro do PSDB

Leite toma posse nesta quinta-feira, 2, como presidente nacional do PSDB. Ele reconhece que, apesar do cenário adverso, este é o momento para que o partido se reestruture e ganhe protagonismo. A legenda perdeu as eleições no estado de São Paulo e tem a menor bancada da história no Congresso.

“Oportunidade que a crise gera é a imposição de rever conceitos e posicionamentos. É importante abrir a discussão sobre o que somos e o que queremos, quais são as bandeiras para que possamos fortalecer bases junto com a sociedade para sermos representativos e relevantes no próximo processo eleitoral”, defende.

Ao ser perguntado sobre as eleições de 2026, Leite evitou dizer que será candidato à Presidência, mas afirmou que este é o caminho natural: “A Presidência é o destino, as circunstâncias políticas precisam conspirar a favor”.

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