Lula defende maior capacidade de articulação dos países que possuem florestas (Ignacio Palacios/Getty Images)
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Publicado em 16 de abril de 2024 às 06h00.
O Brasil reduziu em 36% o desmatamento de florestas no ano passado. Os dados são da plataforma Global Forest Watch, do World Resources Institute, e foram divulgados recentemente.
Ainda que tenha tido um desempenho positivo na comparação com outras nações, os dados destacam que a conservação das florestas deve ser mantida no radar dos tomadores de decisão nos próximos anos. O bioma amazônico teve a maior redução nas perdas de florestas, com 39% menos perda de floresta. Por outro lado, no Cerrado essa cobertura caiu 6%.
Ainda segundo o relatório, em todo o planeta, áreas tropicais perderam 3,7 milhões de hectares de floresta em 2023. Proporcionalmente, é como se a cada minuto fossem destruídos o equivalente a dez campos de futebol. Dados globais apontam que a retirada da vegetação nativa nessas áreas corresponde a 96% do desmatamento ocorrido globalmente.
“Como alguns países mostram vontade política de reduzir a perda florestal e outros não, as fronteiras da perda florestal estão mudando. As reduções marcantes no Brasil e na Colômbia foram contrabalançadas por aumentos bruscos na perda florestal na Bolívia, Laos e Nicarágua e aumentos mais discretos em outros países”, diz trecho do comunicado divulgado pelo World Resources Institute.
O meio ambiente tem sido uma das preocupações de Luiz Inácio Lula da Silva neste terceiro mandato. Logo após ser eleito, o petista viajou à cidade egípcia de Sharm El-Sheikh, onde foi realizada a COP27, e sinalizou à comunidade internacional que posicionaria o País como protagonista na agenda da sustentabilidade.
O presidente brasileiro também defende uma maior capacidade de articulação em conjunto do grupo de países detentores de florestas tropicais, que além do Brasil inclui República Democrática do Congo e Indonésia. Em outro movimento semelhante, no ano passado, a Cúpula da Amazônia reuniu os chefes de Estado dos oito países amazônicos que fazem parte da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA): Brasil, Bolívia, Colômbia, Equador, Guiana, Peru, Suriname e Venezuela.
Recentemente, uma alteração no Código Florestal brasileiro, aprovada em caráter conclusivo na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) da Câmara dos Deputados e encaminhada ao Senado, limita a proteção de áreas consideradas não florestais localizadas na Mata Atlântica, no Cerrado e no Pantanal.
O relatório da Global Forest Watch ainda aponta que o Pantanal teve um pico de perda de áreas verdes provocada por incêndios florestais, agravados pelo cenário de mudanças climáticas.
“O Cerrado é o epicentro da produção agrícola no País, e a extensão de sua produção de soja mais que dobrou ao longo dos últimos 20 anos. As organizações da sociedade civil estão clamando que as empresas assumam um compromisso com a agricultura livre de desmatamento e de conversão como uma maneira de garantir que as cadeias de suprimentos deles não contribuam para a perda de ecossistema nesse bioma valioso”, diz outro trecho do relatório.