Economia

Venezuela diz ter US$ 140 bilhões bloqueados em bancos no exterior

O porta-voz do governo disse que o dinheiro está bloqueado pela "estrutura financeira mundial" e que isso é parte da estrategia dos EUA para quebrar o país

Venezuela: o porta-voz afirmou que US$ 140 bilhões foram bloqueados em 17 países (Carlos Barria/Reuters)

Venezuela: o porta-voz afirmou que US$ 140 bilhões foram bloqueados em 17 países (Carlos Barria/Reuters)

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EFE

Publicado em 17 de maio de 2019 às 17h09.

Quito — O encarregado de negócios do governo da Venezuela no Equador, Pedro Sassone, afirmou nesta sexta-feira que o país tem mais de US$ 140 bilhões bloqueados em bancos no exterior.

Em entrevista coletiva realizada na embaixada da Venezuela em Quito, Sassone afirmou que os fluxos migratórios de venezuelanos para os demais países da região são uma consequência da guerra econômica que, segundo ele, visa destruir o governo de Nicolás Maduro.

"É a estratégia pensada pelos Estados Unidos para quebrar a base econômica da Venezuela", acusou.

Sassone é o responsável pela embaixada desde outubro do ano passado, quando a embaixadora Carol Delgado deixou o país após declarações polêmicas feitas pelo ministro de Comunicação e Informação da Venezuela, Jorge Rodríguez, consideradas pelo presidente do Equador, Lenín Moreno, como ofensivas.

Rodríguez acusou na época o presidente equatoriano de mentir ao afirmar que 6 mil venezuelanos chegavam ao país por dia devido à crise econômica que abala o governo de Maduro.

"Mais de US$ 140 bilhões foram bloqueados. Esses recursos foram retidos ou congelados por bancos estrangeiros. O dinheiro venezuelano está bloqueado por toda a estrutura financeira mundial", denunciou o diplomata, acusando de participarem do esquema países como Portugal, Inglaterra, EUA, Bélgica e França.

"No total, são 17 países com os quais a Venezuela tem relações comerciais no mundo todo. Não podem não permitir a Venezuela de comprar, de transferir recursos para pagar seus compromissos financeiros e de pedir financiamento", criticou Sassone.

O encarregado de negócios da Venezuela no Equador garantiu que a economia do país tem capacidade de responder à crise e se recuperar. No entanto, Sassone ressaltou que, se a comunidade internacional está preocupada com o país, deve liberar o dinheiro bloqueado.

A Venezuela vive uma grave crise econômica e política, que se acentuou em janeiro, quando o líder do parlamento, o opositor Juan Guaidó, se autoproclamou presidente do país.

O governo do Equador, que apoia Guaidó, reconhece René de Sola, enviada do opositor, como embaixadora da Venezuela em Quito.

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