Um homem observa os preços de um mercado de Caracas: 35 unidades da rede Dia a Dia passarão a ser assimiladas pela agência estatal neste fim de semana (Leo Ramirez/AFP)
Da Redação
Publicado em 7 de fevereiro de 2015 às 08h36.
Caracas - O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro anunciou na sexta-feira que irá integrar uma marca de supermercados às redes de distribuição estatais.
A decisão foi tomada após o governo acusar os empresários de estocarem produtos para causarem a escassez de bens no país.
Maduro disse que as 35 unidades da rede Dia a Dia passarão a ser assimiladas pela agência estatal neste fim de semana.
O presidente não informou se a decisão seria temporariamente e não caracterizou a decisão como uma expropriação.
Ele acusa a companhia de "promover uma guerra contra o povo" ao transformar a ida às compras em um pesadelo para a população.
Soldados já ocupavam a rede de supermercados esta semana e, na sexta-feira, o escritório do procurador-geral anunciou a detenção do diretor da empresa.
Antes da decisão, dois executivos da maior rede de farmácias do país, a Farmatodo, foram detidos como parte de uma investigação das autoridades de controle de preços.
Muitos economistas culpam os controles de preços e do câmbio pela causa das distorções que afetam a economia do país, em um momento crítico em que a queda nos preços do petróleo prejudicam as receitas orçamentárias.
A Câmara de Comércio, Indústria e Serviços de Caracas rejeitou as acusações de que o setor privado é a causa da severa crise econômica, da escassez e da inflação fora de controle na Venezuela.
Em uma declaração, a Câmara afirma que os problemas econômicos são o resultado de um "modelo econômico do socialismo do século XXI, que com os seus controles e obstáculos devastaram a capacidade produtiva do setor privado no país". Fonte: Associated Press.