Consumidor em supermercado: analistas previam que as vendas subiriam 1,2% em fevereiro (Marcelo Camargo/ABr)
Da Redação
Publicado em 11 de abril de 2013 às 10h09.
Rio de Janeiro - As vendas no varejo brasileiro surpreenderam em fevereiro, ao registrarem queda de 0,4 por cento ante janeiro e o primeiro recuo anual desde novembro de 2003, ao caírem 0,2 por cento, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quinta-feira.
Os resultados foram muito piores que os esperados pelo mercado e mostram as dificuldades para a recuperação da atividade econômica em geral.
Analistas ouvidos pela Reuters previam que as vendas subiriam 1,2 por cento em fevereiro ante janeiro, segundo a mediana das projeções de 21 economias. As contas variaram de zero a 2,80 por cento de alta.
Em relação ao mesmo mês do ano anterior, a expectativa era de alta de 3,65 por cento de acordo pela mediana de 20 projeções, com as previsões ficando entre 1,30 e 6,50 por cento.
O IBGE também revisou os dados das vendas de janeiro sobre fevereiro, passando de uma alta de 0,6 por cento para 0,5 por cento. Com isso, a expansão vista no início do ano praticamente foi revertida com a queda em fevereiro.
Segundo o IBGE, seis das dez atividades pesquisadas tiveram resultados negativos na comparação mensal, entre eles Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, com retração de 1 por cento no período, depois de terem subido 1,4 por cento em janeiro, e Combustíveis e lubrificantes, com queda de 2,1 por cento, depois de terem subido 0,7 por cento no mês anterior.
Nenhuma das atividades avaliadas pelo IBGE mostrou aceleração no crescimento em fevereiro.
Vendas no varejo e confiança do consumidor:
Em fevereiro, a receita nominal subiu 0,6 por cento ante janeiro, com alta de 7,6 por cento na comparação anual.
O setor varejista, com impulso do mercado de trabalho robusto e crédito relativamente barato, vinha sendo um do pilares da economia e, neste momento, ganha destaque ainda maior já que a inflação continua em níveis elevados, apesar de sinais de desaceleração.
Diante deste cenário, o Banco Central continua em posição delicada para definir o rumo da política monetária. Se de um lado a inflação se mostra resistente, de outro a recuperação econômica ainda é frágil.
Na quarta-feira, o IBGE informou que o IPCA desacelerou em março para uma alta de 0,47 por cento, mas isso não impediu que o índice acumulado em 12 meses rompesse o teto da meta ao atingir 6,59 por cento.
As vendas do comércio varejista ampliado --que inclui o setor automotivo e material de construção-- registraram recuo de 0,7 por cento em fevereiro ante janeiro. Na comparação anual, porém, elas cresceram 1,2 por cento.
Atualizado às 10h08min.