Economia

Veja a repercussão sobre o corte da taxa Selic

Entidades e trabalhadores se manifestaram sobre o corte da taxa Selic em 1 ponto percentual, de 9,25% ao ano para 8,25% ao ano

Paulo Skaf: o presidente da Fiesp considerou insuficiente o corte de apenas um ponto percentual (Valter Campanato/Agência Brasil)

Paulo Skaf: o presidente da Fiesp considerou insuficiente o corte de apenas um ponto percentual (Valter Campanato/Agência Brasil)

AB

Agência Brasil

Publicado em 6 de setembro de 2017 às 19h44.

Última atualização em 6 de setembro de 2017 às 19h46.

Pela oitava vez seguida, o Banco Central (BC) baixou os juros básicos da economia.

Por unanimidade, o Comitê de Política Monetária (Copom) reduziu hoje (6) a taxa Selic em 1 ponto percentual, de 9,25% ao ano para 8,25% ao ano.

A decisão era esperada pelos analistas financeiros Com a redução de hoje, a Selic chega ao menor nível desde outubro de 2013, quando estava em 9% ao ano.

Entidades representantivas dos empresários e trabalhadores se manifestaram sobre o corte.

Veja repercussão sobre queda da Selic:

CNI

Para a CNI, a decisão do Banco Central de reduzir os juros básicos da economia ajudará a recuperar a produção e o consumo, porém a manutenção dos juros baixos por muito tempo depende da aprovação de reformas como a da Previdência Social.

"A redução dos juros é essencial para a recuperação das condições financeiras, tanto das empresas quanto dos consumidores, e para impulsionar a retomada da economia", informou o presidente da CNI, Robson Braga de Andrade, em comunicado.

A confederação, no entanto, pede avanços concretos nas reformas estruturais em tramitação no Congresso, especialmente a da Previdência Social.

"Esses avanços vão possibilitar a retomada do equilíbrio fiscal de forma a permitir a concretização de uma trajetória sustentável da dívida pública", concluiu o presidente da CNI.

SPC

O Serviço de Proteção ao Crédito - SPC Brasil - elogiou a redução dos juros básicos. Para a entidade, o fato de as taxas básicas estarem no nível mais baixo em quatro anos facilitará a retomada da economia brasileira. A entidade, no entanto, avaliou que o ciclo de corte dos juros está perto do fim.

"Com o corte atual, os juros se aproximam do mínimo histórico de 7,25% [ao ano] entre o final de 2012 e o início de 2013. A autoridade monetária tem inclusive espaço para atingir este patamar ou chegar muito próximo dele", destacou o SPC Brasil.

Fiesp

O presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf, considerou insuficiente o corte de apenas um ponto percentual da taxa básica de juros, a Selic.

Para Skaf, o corte da taxa deveria ter sido maior. "Com previsão de inflação de 3,31% no fim deste ano, sem dúvida há espaço para cortes mais incisivos da Selic", disse, em nota.

"A retomada da economia começa a se desenhar, mas ainda de maneira muito lenta. O Brasil tem pressa. Os 13 milhões de brasileiros desempregados não podem esperar mais. Está na queda mais rápida da Selic a chave para acelerar o crescimento e a retomada do emprego".

Associação Comercial de São Paulo

O presidente da Associação Comercial de São Paulo, Alencar Burti, disse esperar por cortes maiores na taxa.

"É uma decisão alinhada com o que o mercado esperava e que se justifica plenamente, considerando que a inflação em 12 meses, divulgada hoje, está abaixo inclusive do limite inferior da meta. Espera-se, contudo, que haja continuidade nos cortes nas duas próximas reuniões do comitê neste ano", disse Burti.

Força Sindical

Por meio de nota, a Força Sindical criticou a queda da Selic não ter sido maior.

"O Copom (Comitê de Política Monetária) precisa deixar o conservadorismo de lado, ousar e levar os juros a patamares que facilitem a retomada do crescimento econômico. Defendemos também a implementação de outras políticas que priorizem a retomada do investimento, o crescimento da economia, a geração de empregos, a redução da desigualdade social, o combate à pobreza e a distribuição de renda", diz a nota, assinada pelo presidente da entidade, Paulo Pereira da Silva, e pelo secretário-geral da Força, João Carlos Gonçalves, o Juruna.

Firjan

Para a Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan), a decisão do Banco Central é coerente com o cenário econômico, mas "ainda é grande a ociosidade no parque fabril e no mercado de trabalho, em que pese o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) nos dois últimos trimestres. O grande desafio do Brasil é justamente voltar a crescer com inflação e juros baixos. E isso só será possível com o equilíbrio das contas públicas".

Na nota, o Sistema Firjan reforça a importância e a urgência do Congresso Nacional aprovar a reforma da Previdência.

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