Economia

Varejo acumula queda de 5,17% em cinco meses, afirma IBGE

Em maio de 2003, o volume de vendas do comércio varejista brasileiro caiu 6,13% em relação ao mesmo mês do ano passado. Com mais este resultado negativo, os indicadores acumulados do setor ampliaram sua redução, registrando variação de -5,57% no acumulado dos cinco primeiros meses do ano e de -2,67% no acumulado dos últimos 12 […]

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h29.

Em maio de 2003, o volume de vendas do comércio varejista brasileiro caiu 6,13% em relação ao mesmo mês do ano passado. Com mais este resultado negativo, os indicadores acumulados do setor ampliaram sua redução, registrando variação de -5,57% no acumulado dos cinco primeiros meses do ano e de -2,67% no acumulado dos últimos 12 meses.

Em termos de receita nominal de vendas os resultados foram positivos, com taxas de crescimento de 15,44% com relação a maio do ano passado; 15,34% no acumulado do período janeiro-maio; e 11,33% no acumulado dos últimos 12 meses.

Dos 27 estados da federação, somente dois assinalaram resultados positivos na relação maio 2003/maio 2002: Paraná, com expansão de 1,35%, e Santa Catarina, com 0,09%. Dos que apresentaram queda no volume de vendas, os destaques em termos de impacto na formação da taxa global foram: São Paulo (-5,37%); Rio de Janeiro (-13,68%); Pernambuco (-13,71%); Minas Gerais (-3,69%); e Bahia (-6,62%). No conjunto, estas cinco unidades da federação responderam por quase 80% da taxa geral do varejo, de -6,13%.

Registrou-se mais um mês em que todas as atividades pesquisadas tiveram queda no volume de vendas, em relação ao mesmo mês do ano anterior: Tecidos, vestuário e calçados , com -11,33%; Móveis e eletrodomésticos (-10,69%); Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (-6,29%); Demais artigos de uso pessoal e doméstico (-3,02%); e Combustíveis e lubrificantes (-2,26%). Houve, ainda, variações negativas em Veículos e motos, partes e peças (-11,81%) e no ramo específico de Hipermercados e supermercados (-5,96%).

Com 6,29% de redução no volume de vendas, o segmento de Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo voltou a exercer a principal influência negativa no resultado global do varejo. Nos acumulados do ano e dos últimos 12 meses, as taxas de retração da atividade chegaram a -6,23% e -4,05%, respectivamente. Os maiores estabelecimentos comerciais do gênero, representados pelo ramo específico de Hipermercados e supermercados, tiveram, em média, declínio ligeiramente menor do que o grupo como um todo. As taxas de variação do seu volume de vendas foram de -5,96% sobre maio/2002; de -5,63% no acumulado janeiro-maio; e de -3,48% no acumulado dos últimos 12 meses.

O segundo impacto negativo no desempenho do varejo em maio coube a Tecidos, vestuário e calçados, cuja redução em relação a maio/2002 (-11,33%) surpreendeu, pois trata-se de uma atividade bastante sensível ao movimento de compras do Dia das Mães. Com este resultado, as taxas de variação dos indicadores acumulados ficaram ainda mais baixas: -3,12% para o acumulado janeiro-maio e -1,16% para o dos últimos 12 meses.

Com queda de 10,69% no volume de vendas na relação maio 2003/maio 2002, a atividade de Móveis e eletrodomésticos continuou exercendo significativa influência no resultado negativo do varejo em maio. Dos segmentos que compõem o indicador geral do setor, este é o que mais se retraiu nos cinco primeiros meses do ano, com -11,47% de variação, e também no acumulado dos últimos 12 meses (-5,61%). Este comportamento exemplifica a retração do mercado de bens duráveis, em função, basicamente, da queda de rendimento real da economia e do aumento das taxas de juros.

O segmento de Demais artigos de uso pessoal e doméstico completou o sétimo mês consecutivo com desempenho mensal acima da média do setor. Em maio, a taxa de variação do seu volume de vendas foi de -3,02% sobre o mesmo mês do ano anterior, acumulando, nos cinco primeiros meses do ano e nos últimos 12 meses, reduções de 2,24% e 1,18%, respectivamente. O fato de agregar ramos tão diferenciados (como farmácia; livraria e papelaria; brinquedos; artigos de informática; ótica; etc.) confere à atividade um movimento menos oscilante em comparação com os demais grupos que compõem o indicador do varejo.

Em maio, a atividade que menos penalizou o comércio varejista do País foi Combustíveis e lubrificantes, com 2,26% de declínio no volume de vendas em comparação com igual mês de 2002. As reduções de preços dos combustíveis no último bimestre vêm reaquecendo a demanda pelo produto, que havia se retraído em decorrência dos sucessivos aumentos do final do 2002 e início deste ano. No acumulado de janeiro a maio, a atividade reduziu o volume de vendas em 5,52%, mantendo-se ainda com variação positiva no acumulado dos últimos 12 meses (1,46%).

O segmento de Veículos e motos, partes e peças manteve o quadro de elevadas taxas de redução do volume de vendas, apresentando, em relação a maio do ano passado, retração de 11,81%, com quedas ainda maiores nos acumulados do ano (-12,88%) e dos últimos 12 meses (-13,33%). Tendo cerca de 70% de sua receita bruta de vendas gerados na comercialização de bens de consumo durável (automóveis e motos), esta atividade e a de Móveis e eletrodomésticos são as que vêm sendo mais afetadas pelas altas taxas de juros praticadas, sem desconsiderar também os efeitos das atuais condições de emprego e de renda da economia sobre seus resultados.

Os estados de São Paulo e do Rio de Janeiro, com variações mensais no volume de vendas de -5,37% e -13,68%, respectivamente, foram novamente os principais responsáveis pelo desempenho negativo do varejo nacional, respondendo em maio por mais da metade da taxa global do setor.

Tanto no Rio de Janeiro como em São Paulo, todos os segmentos registraram resultados negativos em relação a maio do ano passado, destacando-se também, nos dois estados, a atividade de Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo como a de maior influência nas suas taxas de desempenho.

Em São Paulo, as variações setoriais na relação maio 2003/maio 2002 foram de -13,23% em Móveis e eletrodomésticos; -8,54% em Tecidos, vestuário e calçados, -5,34% em Combustíveis e lubrificantes; -4,93% para Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo; e -2,31% em Demais artigos de uso pessoal e doméstico.

Já no Rio de janeiro, os resultados que levaram o varejo do estado a se retrair -13,68% sobre maio/2002 foram os seguintes: -23,46% em Tecidos, vestuário e calçados, -17,92% em Móveis e eletrodomésticos; -16,51% em Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios; -13,48% em Combustíveis e lubrificantes; e -3,66% em Demais artigos de uso pessoal e doméstico.

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