Economia

Uso da capacidade instalada cai a 81,5% em março, diz CNI

As horas trabalhadas subiram 0,4%, para 109,2 pontos, maior nível desde agosto de 2011

A CNI considerou que esses dados, com exceção da UCI, indicam uma recuperação em março (Germano Lüders/EXAME)

A CNI considerou que esses dados, com exceção da UCI, indicam uma recuperação em março (Germano Lüders/EXAME)

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Da Redação

Publicado em 9 de maio de 2012 às 15h03.

Brasília - A utilização da capacidade instalada (UCI) na indústria brasileira caiu para 81,5 por cento em março, contra 82 por cento em fevereiro, informou a Confederação Nacional da Indústria (CNI) nesta quarta-feira, conforme dados dessazonalizados.

Em março do ano passado, a UCI -considerada um indicador de potenciais pressões inflacionárias- estava em 82,7 por cento.

A UCI foi o único indicador que teve queda em março. O faturamento cresceu 0,9 por cento, chegando a 124,3 pontos, maior desempenho desde novembro do ano passado, quando estava em 125,8 pontos. Esse é o segundo mês consecutivo de alta no faturamento.

As horas trabalhadas subiram 0,4 por cento, para 109,2 pontos, maior nível desde agosto de 2011, quando estava em 109,3. O emprego teve alta de 0,3 por cento, para 112,9 pontos. Todos os números são com ajuste sazonal.

A CNI considerou que esses dados, com exceção da UCI, indicam uma recuperação em março. O gerente-executivo da CNI, Flávio Castelo Branco, afirmou que a UCI ficou na contramão por refletir uma folga na produção devido à maturação de investimentos feitos no ano passado e da queda na demanda por produtos da indústria brasileira.

"A recuperação carrega preocupação porque a indústria brasileira tem demonstrado ainda sinais de dificuldades", afirmou Castelo Branco.

Ele sustentou que os obstáculos a um maior crescimento da indústria não estão somente no câmbio, que agora está mais favorável, no patamar de 1,90 real. Ele citou como o principal problema ainda a demanda dos consumidores sendo absorvida pelos importados.

Dificuldades

A indústria tem acumulado dificuldades desde o ano passado e ainda não conseguiu consolidar a recuperação da atividade. Em março, a produção, medida pelo IBGE, caiu 0,5 por cento na comparação com fevereiro.

O governo tem buscado atacar as fragilidades da indústria através de medidas de estímulo, como redução de tributos para o consumo e facilitação de acesso ao crédito via Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), por exemplo. Essas ações fizeram parte da segunda etapa do Plano Brasil Maior.

Ainda assim, os sinais de recuperação são erráticos. A produção industrial no primeiro trimestre de 2012 fechou com recuo de 3 por cento quando comparado com um ano antes, segundo o IBGE, e contração de 0,5 por cento sobre o quarto trimestre de 2011.

A queda de 3 por cento foi o pior resultado para um trimestre desde o terceiro trimestre de 2009, quando a indústria foi fortemente afetada pela crise mundial.

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