Economia

Uruguai se diz preocupado com grau de investimento do Brasil

O presidente do Uruguai mostrou preocupação pela perda do grau de investimento do Brasil e disse que espera impacto na economia de seu país


	Tabaré Vázquez, presidente do Uruguai
 (Andres Stapff/Reuters)

Tabaré Vázquez, presidente do Uruguai (Andres Stapff/Reuters)

DR

Da Redação

Publicado em 10 de setembro de 2015 às 19h06.

Montevidéu - O presidente do Uruguai, Tabaré Vázquez, mostrou nesta quinta-feira preocupação pela perda do grau de investimento do Brasil e disse que espera impacto na economia de seu país, apesar de confiar que ele seja o "menor possível".

A agência Standard & Poor's rebaixou ontem a nota de risco do Brasil ao nível BB+, considerado como "bônus lixo", o que representa a perda do chamado "grau de investimento", qualificação dada aos países bons pagadores que o Brasil tinha desde 2008.

"É preocupante e seguramente terá algum impacto sobre o Uruguai. Não esqueçamos que o Brasil é um forte comprador de produtos uruguaios, e essa perda de grau de investimento pode impactar ainda mais na economia brasileira e restringir ainda mais essas compras", afirmou Vázquez.

As declarações foram dadas após uma reunião com o presidente da Associação Rural do Uruguai (ARU), Ricardo Reilley, uma entidade que também expressou preocupação com a situação do Brasil. Vázquez indicou que está acompanhando a crise brasileira "muito a minuto".

A economia do Brasil atravessa um período de profundas turbulências, e o governo admite que neste ano que o Produto Interno Bruto (PIB) do país sofrerá uma retração de 1,49%, embora analistas do setor privado afirmem que a queda será maior, de 2,44%.

Segundo dados oficiais, a economia brasileira já entrou em uma recessão técnica, pois no segundo trimestre de 2015 registrou contração de 1,9%, após a redução de 0,7% nos três primeiros meses.

Devido à crise, o governo federal reduziu no mês passado a meta de superávit fiscal primário de 0,15% do PIB nesse ano e, recentemente, apresentou uma proposta de orçamento com um déficit de R$ 30,5 bilhões para 2016.

O rebaixamento da nota de Standard & Poor's, que reconhecia o Brasil como um destino seguro para os investidores, era esperado pelo mercado, já que a agência tinha alertado sobre a possibilidade em julho. 

Acompanhe tudo sobre:Agências de ratingAmérica LatinaStandard & Poor'sUruguai

Mais de Economia

Oi recebe proposta de empresa de tecnologia para venda de ativos de TV por assinatura

Em discurso de despedida, Pacheco diz não ter planos de ser ministro de Lula em 2025

Economia com pacote fiscal caiu até R$ 20 bilhões, estima Maílson da Nóbrega

Reforma tributária beneficia indústria, mas exceções e Custo Brasil limitam impacto, avalia o setor