O presidente do Banco Mundial, Jim Yong Kim: trabalho do banco passa despercebido (Alex Wong/AFP)
João Pedro Caleiro
Publicado em 9 de maio de 2014 às 15h49.
São Paulo - O Banco Mundial dedica uma boa parte do seu tempo e orçamento para desenvolver estudos que identificam problemas e propõe soluções sobre os mais variados temas.
O problema é que quase ninguém está prestando atenção: cerca de 32% dos relatórios disponíveis no site do órgão não foram baixados sequer uma única vez.
40% tiveram entre 1 e 100 downloads no período analisado, entre 2008 e 2012. Apenas 25 relatórios foram baixados mais de mil vezes - apenas 2% do total de mais de 1.600 disponíveis.
Quem chegou a esta desanimadora estátistica foi o próprio banco, em uma análise feita por Doerte Doemeland e James Trevino e publicada recentemente.
No meio acadêmico, a repercussão também é baixa: 87% dos relatórios nunca foram citados em nenhum trabalho.
Isso não significa, é claro, que os estudos em questão nunca foram lidos. Muito provavelmente, eles tiveram algum tipo de distribuição via email ou papel durante eventos e conferências.
Mas se o Banco Mundial quer aumentar sua influência sobre o debate público, talvez valha a pena encomendar um estudo sobre como melhorar sua estratégia de comunicação.