Economia

Acordo UE-Mercosul: governo divulga tarifas e cotas de produtos agrícolas

Ministério da Agricultura divulgou nesta segunda-feira (8) as tarifas e cotas para os produtos agrícolas brasileiros após acordo com bloco europeu

Agricultura: setor terá tarifas reduzidas após acordo UE-Mercosul (Eduard Korniyenko/Reuters)

Agricultura: setor terá tarifas reduzidas após acordo UE-Mercosul (Eduard Korniyenko/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 8 de julho de 2019 às 17h03.

Última atualização em 8 de julho de 2019 às 17h39.

O Ministério da Agricultura divulgou nesta segunda-feira (8) como ficarão as tarifas e cotas para produtos agrícolas brasileiros vendidos para o mercado europeu quando o acordo UE-Mercosul entrar em vigor. "Cerca de 99% das exportações agrícolas brasileiras terão as tarifas eliminadas (zeradas) ou parcialmente reduzidas. Aproximadamente 82% dos produtos agrícolas terão acesso livre ao mercado europeu e o restante ampliará a participação por meio de cotas preferenciais fixas", disse o ministério.

Entre os produtos que terão tarifas totalmente eliminadas, o ministério destacou abacates (a alíquota de 4% será zerada em quatro anos), limões e limas (a alíquota de 14% será retirada em 7 anos), maçãs (a alíquota de 10% será extinta em 10 anos); melancias (a alíquota de 9% será eliminada em 7 anos); melões (alíquota de 9% será abolida em 7 anos) e uvas frescas de mesa (alíquota de 11% será zerada assim que o pacto entrar em vigor, mantido o preço de entrada).

Para o café torrado e solúvel, a atual alíquota de 9% será eliminada em quatro anos. O acordo também prevê que parte do café verde importado pela UE para café torrado (40%) e café solúvel (valor agregado entre 40% e 50%) deve vir do Brasil. Para fumo manufaturado, as alíquotas de 10% a 75% devem ser retiradas em sete anos, enquanto para fumo não manufaturado as alíquotas de 5% a 11% serão extintas em quatro anos.

Quanto a óleos vegetais, a tarifa será zerada imediatamente. O acordo também prevê que 80% dos pescados frescos e congelados (incluindo camarões, lagostas e filés de bonito congelados) terão livre comércio a partir da vigência do acordo. Já preparações de bonito e sardinha terão tarifas retiradas em dez e sete anos, respectivamente. As tarifas para tilápias congeladas e outros camarões serão zeradas em 4,7 e 10 anos, respectivamente.

Entre os produtos que terão acesso ampliado por meio de cotas tarifárias, o ministério destacou o já noticiado tratamento para carne bovina (99 mil toneladas peso carcaça, 55% fresca e 45% congelada), com tarifa intracota de 7,5% e volume crescente em cinco anos. Para a cota Hilton (10 mil toneladas), a tarifa intracota de 20% será zerada na entrada em vigor do pacto. Quanto à carne de aves, a cota é de 180 mil toneladas de peso carcaça (metade com osso e metade desossada), com tarifa intracota zero e volume crescente em cinco anos. No caso da carne suína, são 25 mil toneladas, com tarifa intracota de 83 euros por tonelada e volume crescente em cinco anos.

Já para açúcar, a cota é de 180 mil toneladas, com tarifa intracota eliminada assim que o pacto entrar em vigor - o Paraguai tem cota específica de 10 mil toneladas com tarifa intracota zero. Para etanol, a cota é de 450 mil toneladas de etanol industrial, com tarifa intracota zero na vigência do acordo, 200 mil toneladas de etanol para outros usos, com tarifa intracota equivalente a 1/3 da aplicada na Europa (6,4 ou 3,4 euros/hectolitro) e volume crescente em cinco anos.

No caso do arroz, a cota é de 60 mil toneladas, com tarifa intracota zero quando o acordo entrar em vigor e volume crescente em cinco anos. Já para mel, são 45 mil toneladas, com tarifa intracota zero na vigência do pacto e volume crescente em cinco anos. O milho terá cota de 1 milhão de toneladas, com tarifa intracota zero quando o acordo passar a vigorar e volume crescente em cinco anos.

Para ovo, a cota é de 3 mil toneladas, com tarifa intracota zero na entrada em vigor do acordo e volume crescente em cinco anos. Para ovoalbumina, o tratamento é o mesmo.

Entre os produtos com tratamentos mistos estão suco de laranja e cachaça. No caso do suco, o pacto determina que o produto com preço acima de 30 euros por 100 kg terá mudança da tarifa de 12% para zero em sete anos, de 15% para zero em dez anos e 34% para zero em dez anos. Já o suco com valor não superior a 30 euros por 100 kg terá preferência fixa de 50% da alíquota de 15,2 + 20 6 euros por 100 kg e 33,6 + 20,6 euros por 100 kg.

Quanto à cachaça, garrafas inferiores a 2 litros terão comércio liberalizado em quatro anos. A cachaça a granel terá cota de 2,4 mil toneladas com tarifa intracota zero e volume crescente em cinco anos. Atualmente a alíquota para aguardente é de aproximadamente 8%.

Acompanhe tudo sobre:MercosulMinistério da Agricultura e PecuáriaUnião Europeia

Mais de Economia

BNDES vai repassar R$ 25 bilhões ao Tesouro para contribuir com meta fiscal

Eleição de Trump elevou custo financeiro para países emergentes, afirma Galípolo

Estímulo da China impulsiona consumo doméstico antes do 'choque tarifário' prometido por Trump

'Quanto mais demorar o ajuste fiscal, maior é o choque', diz Campos Neto