Donald Tusk: "Minha proposta demonstra que não queremos construir um muro entre a UE e o Reino Unido" (Stringer/Reuters)
EFE
Publicado em 7 de março de 2018 às 14h55.
Luxemburgo - O presidente do Conselho Europeu (CE), Donald Tusk, defendeu nesta quarta-feira que a futura relação com o Reino Unido seja baseada em um acordo de livre-comércio sem tarifas, que cubra todos os produtos e também os serviços.
Em entrevista coletiva, Tusk apresentou os principais pontos da minuta de diretrizes negociadoras sobre a relação entre a União Europeia (UE) e o Reino Unido após o "Brexit".
O documento defende "uma associação com o Reino Unido o mais rápido possível", mas adverte que as posições desse país "limitam a profundidade da futura associação" e que estar fora da união aduaneira e do mercado único "levará inevitavelmente a atritos".
Tusk, que compareceu junto com o primeiro-ministro de Luxemburgo, Xavier Bettel, disse confiar que as diretrizes apresentadas hoje serão adotadas pelos líderes dos membros do bloco (salvo o Reino Unido) na cúpula que acontecerá em 22 e 23 de março.
"Minha proposta demonstra que não queremos construir um muro entre a UE e o Reino Unido", disse Tusk, que acrescentou que o objetivo é que as duas partes sejam "parceiras e amigas da maneira mais próxima possível".
O presidente do CE indicou, em particular, que espera que o futuro acordo comercial seja "ambicioso" e que inclua, além disso, o acesso recíproco às águas e recursos pesqueiros.
Tusk também propôs uma estreita cooperação "na luta contra o terrorismo e o crime organizado" e em segurança, defesa e relações exteriores.
Além disso, o representante europeu afirmou que convida o Reino Unido a participar no futuro de programas no âmbito da inovação, educação e cultura.
Por sua vez, o primeiro-ministro luxemburguês deixou claro que a "unidade e solidariedade" dos parceiros serão fundamentais nestas negociações e que será preciso adotar um enfoque diferente.
Bettel ressaltou que, com a saída do Reino Unido da UE, "não haverá ganhadores nem perdedores" e que as negociações se limitam a "um exercício de contenção de danos".