Economia

Turquia entra em recessão após 10 anos de crescimento

Com a contração do PIB nos dois últimos trimestres do ano passado, o crescimento da Turquia foi de 2,6%, contra 7,4% em 2017

Turquia: a desaceleração é explicada em grande parte por uma inflação elevada e uma crise monetária (Murat Cetinmuhurdar/Presidential Press Office/Reuters)

Turquia: a desaceleração é explicada em grande parte por uma inflação elevada e uma crise monetária (Murat Cetinmuhurdar/Presidential Press Office/Reuters)

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AFP

Publicado em 11 de março de 2019 às 11h18.

A Turquia entrou em recessão, após 10 anos de crescimento do PIB, de acordo com dados publicados nesta segunda-feira, uma notícia ruim para o governo, a apenas três semanas das eleições municipais.

No quarto trimestre de 2018, o PIB registrou contração de 3% em ritmo anual, segundo a agência de estatísticas Tuik, e de 2,4% em relação ao trimestre anterior.

No terceiro trimestre, o PIB registrou contração de 1,1%, o que significa que a Turquia entrou em recessão.

O crescimento no conjunto de 2018 foi de 2,6%, contra 7,4% em 2017.

A desaceleração é explicada em grande parte por uma inflação elevada e uma crise monetária que teve início em agosto, consequência das tensões diplomáticas entre Ancara e Washington, da desconfiança dos mercados a respeito das políticas econômicas do governo turco e de uma crise cambial na maioria dos países emergentes.

A moeda turca perdeu quase 30% de seu valor em 2018, mas desde o início do ano permanece estável.

Em fevereiro, a inflação em ritmo anual alcançou 19,67%, ficando abaixo de 20% pela primeira vez desde agosto.

A publicação dos resultados acontece durante a campanha para as eleições municipais de 31 de março.

"O pior ficou para trás", escreveu o ministro das Finanças, Berat Albayrak, no Twitter, atribuindo o desempenho da economia aos "ataques especulativos" e à desaceleração da economia mundial.

Jason Tuvey, economista da Capital Economics, concordou que o "pior provavelmente já passou". Mas ele acredita que o PIB turco vai registrar contração de 2,5% em 2019.

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