Alexis Tsipras, primeiro-ministro da Grécia: "este acordo pode ser o acordo ruim que nos propuseram ou um melhor. Quanto mais forte seja o 'não' melhor será o acordo" (REUTERS/Grigory Dukor)
Da Redação
Publicado em 2 de julho de 2015 às 23h05.
Atenas - O primeiro-ministro da Grécia, Alexis Tsipras, afirmou nesta quinta-feira que seu governo chegará a um acordo com os credores na próxima terça-feira, seja qual for o resultado do referendo do domingo, e inclusive deixou entrever que poderia abandonar seu cargo em caso de vitória do "sim".
Em entrevista à emissora de televisão grega "Antena", Tsipras destacou que, se o "não" prevalecer na consulta, como pede seu governo, haverá uma "solução sustentável" para o país.
Os gregos estão convocados às urnas no próximo domingo para decidir se aceitam ou não a proposta dos credores em troca do desembolso do resgate.
"Este acordo pode ser o acordo ruim que nos propuseram ou um melhor. Quanto mais forte seja o 'não' melhor será o acordo", ressaltou.
Em caso contrário, se o "sim" vencer no referendo, o chefe do governo grego ressaltou que iniciará "os procedimentos previstos pela Constituição" para que a proposta das instituições (Comissão Europeia, Banco Central Europeu e Fundo Monetário Internacional) se transforme em lei.
Neste cenário, Tsipras destacou que não porá sua "cadeira" acima dos "interesses da nação", deixando entrever que poderia renunciar.
"O que posso garantir aos cidadãos é que nunca mentirei e que não tive tempo para me apaixonar pelo cargo de primeiro-ministro", comentou.
Tsipras, que não informou a data de reabertura dos bancos, fechados desde segunda-feira quando se decretou feriado bancário, ressaltou que a "prioridade absoluta" do Executivo é "salvaguardar os depósitos das pessoas e alcançar um acordo o mais rápido possível".
Perguntado sobre o temor da população a um possível confisco dos depósito, como ocorreu no Chipre em 2013, o primeiro-ministro quis mandar uma mensagem de calma ao assegurar que os bancos gregos "são solventes".
"Não quero diminuir as consequências do fechamento dos bancos. No Chipre houve um confisco de depósitos porque os bancos não tinham garantias suficientes. Os bancos gregos são solventes", garantiu.