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Trump critica relação comercial com o Brasil

"Eles cobram de nós o que querem", disse presidente americano sobre o Brasil

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Donald Trump durante uma coletiva de imprensa na Casa Branca (Kevin Lamarque/Reuters)

Donald Trump durante uma coletiva de imprensa na Casa Branca (Kevin Lamarque/Reuters)

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João Pedro Caleiro e Naiara Albuquerque, de EXAME

Publicado em 1 de outubro de 2018 às, 13h43.

Última atualização em 1 de outubro de 2018 às, 19h53.

São Paulo - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, criticou nesta segunda-feira (1º) a relação comercial do Brasil com os americanos:

"O Brasil é outro caso. É uma beleza. Eles cobram de nós o que querem. Se você perguntar a algumas empresas, eles dizem que o Brasil está entre os mais duros do mundo, talvez o mais duro. E nós não os chamamos e dizemos 'ei, vocês estão tratando nossas empresas injustamente, tratando nosso país injustamente", disse o presidente americano.

A declaração foi feita durante coletiva de imprensa sobre o novo Nafta, acordo comercial entre EUA, Canadá e México que foi anunciado hoje.

Relação

O questionamento das relações comerciais americanas com o resto do mundo tem sido uma das principais marcas da gestão Trump.

Mas o Brasil tinha saído ileso até agora, e por um motivo simples: os brasileiros tem uma relação praticamente equilibrada com os americanos.

Em 2017, o Brasil importou US$ 24,8 bilhões para os Estados Unidos e exportou US$ 26,8 bilhões - saldo de US$ 2 bilhões. Foi o primeiro superávit para os brasileiros desde 2008.

Entre 2009 e 2016, os americanos tiveram superávit comercial com o Brasil. O saldo positivo para eles chegou aos US$ 11,37 bilhões em 2013.

A título de comparação, a China, principal alvo de Trump até agora, registrou um superávit comercial na relação com os Estados Unidos de US$ 275,8 bilhões em 2017.

"No agregado dos últimos 25 anos, Brasil é um dos pouquíssimos países do mundo que na média conseguiu a façanha de conseguir déficits comerciais com os EUA", diz Marcos Troyjo, economista e diretor do BRICLab da Universidade Columbia, nos Estados Unidos.

A economia americana tem duas particularidades que geram uma tendência ao déficit: taxa de poupança pequena em relação a de consumo e uma grande quantidade de empresas transnacionais, que produzem em lugares mais baratos para abastecer o mercado americano.

Mas a reclamação de Trump também tem um ponto, na medida que o Brasil é pouco integrado ao comércio internacional e dá pouca margem para os EUA nos vender seus bens de capital, por exemplo.

"Quem quer que venha a reclamar de acesso ao mercado brasileiro tem razão. O Brasil, seja em termos de tarifas ou de cotas, segue como um dos países mais fechados do mundo", diz Troyjo. Ele também não acredita que o timing da declaração seja acidental:

“O estilo do Trump é do morder para assoprar. Ele tem se voltado para discussões bilaterais, o Brasil é a segunda maior economia das Américas, e ele sabe que teremos um novo presidente em 2019”.

 

Hoje, Trump também criticou a postura da Índia sobre as relações comerciais com os Estados Unidos: ele mencionou "tarifas tremendas", e que presidentes anteriores "nunca falaram com a Índia".

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