Economia

Trump cogita aumentar taxas à China e aplicar imposto em produtos da Apple

Poucos dias antes da reunião do G20, Trump disse que os EUA vão continuar com a pressão comercial se não fizer um acordo com a China

Trump: o presidente americano afirmou que não faria objeções à taxação de produtos da Apple produzidos na China (Kevin Lamarque/Reuters)

Trump: o presidente americano afirmou que não faria objeções à taxação de produtos da Apple produzidos na China (Kevin Lamarque/Reuters)

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EFE

Publicado em 27 de novembro de 2018 às 14h18.

Washington - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta terça-feira que considera "altamente improvável" avançar em um acordo para evitar um aumento das taxas para 25% a US$ 200 bilhões em importações da China, e disse que poderia aplicar um imposto de 10% aos produtos da Apple procedentes do país asiático.

As declarações foram reproduzidas em entrevista publicada nesta terça-feira no "Wall Street Journal", poucos dias antes de Trump viajar a Buenos Aires para a Cúpula do G20, na qual se reunirá com o presidente da China, Xi Jinping, para tentar diminuir as tensões comerciais.

Trump advertiu que se não chegar a um acordo com Xi para a abertura do mercado às exportações americanas, prosseguirá com a pressão comercial sobre a segunda maior economia mundial.

Em setembro deste ano, os EUA aplicaram uma tarifa de 10% a US$ 200 bilhões de importações chinesas e ameaçou taxar mais US$ 267 bilhões.

"Se não chegarmos a um acordo, então também vou aplicar uma tarifa aos US$ 267 bilhões adicionais" de 10% ou 25%, disse ao jornal.

Em resposta, a China criticou a agressiva política comercial dos EUA "pelas consequências danosas" e aplicou medidas recíprocas a mais de US$ 60 bilhões em importações americanas.

Os EUA elevaram o tom ao acusarem a China de aplicar as tarifas de maneira que afetem produtos procedentes de estados que votaram em peso no candidato republicano nas eleições de 2016, com o suposto objetivo de prejudicar os legisladores republicanos nas últimas eleições legislativas de 6 de novembro.

Além disso, Trump explicou que não faria objeções à taxação de produtos da Apple produzidos na China e depois vendidos nos Estados Unidos.

"Pode ser. Depende de qual for a taxa. Quero dizer, pode ser de 10% e as pessoas poderiam suportar facilmente", comentou sobre a empresa californiana.

Para as empresas que expressaram preocupação sobre esta crescente pressão tarifária, o governante americano ofereceu uma solução simples: "Construir fábricas nos EUA e fabricar o produto aqui".

Os EUA exportaram à China produtos no valor de US$ 130 bilhões em 2017, enquanto o gigante asiático exportou ao mercado americano US$ 506 bilhões.

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