Economia

Trump assina lei orçamentária e prevê "acordos comerciais justos"

Trump admitiu que alguns aspectos da norma o desagradam, mas que o projeto tinha o mérito de destinar um montante importante para as Forças Armadas

Trump: o presidente dos EUA previu a negociação de "acordos comerciais justos" com vários países (Joshua Roberts/Reuters)

Trump: o presidente dos EUA previu a negociação de "acordos comerciais justos" com vários países (Joshua Roberts/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 23 de março de 2018 às 16h18.

São Paulo - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou nesta sexta-feira uma lei orçamentária de US$ 1,3 trilhão. Em entrevista coletiva sobre o assunto, Trump admitiu que alguns aspectos da norma o desagradam, mas disse que o projeto tinha o mérito de destinar um montante importante para melhor equipar as Forças Armadas.

Além disso, previu a negociação de "acordos comerciais justos" com vários países, após a entrada em vigor hoje das tarifas à importação americanas ao aço e ao alumínio.

"Há algumas coisas que teríamos de ter na lei orçamentária e não temos", afirmou Trump. Ele disse que ficou "desapontado" com o fato de que o Orçamento aprovado ser tão alto, mas enfatizou que esse montante era necessário para apoiar os militares. "Nos últimos anos, cortes militares deixaram a América em grande risco."

Mais cedo, Trump chegou a ameaçar vetar a lei orçamentária, em declaração no Twitter. Horas depois, porém, recuou a assinou o projeto, aprovado na Câmara dos Representantes e no Senado. Caso não fosse confirmada a lei, o financiamento do governo federal sofreria uma paralisação a partir da meia-noite desta sexta-feira (hora local, 1h de sábado de Brasília).

No fim da coletiva, Trump comentou que as tarifas à importação de aço e alumínio eram uma maneira de buscar justiça nas negociações comerciais. Segundo ele, os acordos que os EUA devem fechar em breve com várias nações serão "justos e recíprocos". Sobre a China especificamente, Trump disse que a relação com a potência asiática é boa, mas que era hora de fazer algo e discutir o déficit comercial americano com os chineses. O secretário de Comércio, Wilbur Ross, presente na coletiva, disse que os EUA estão perto de um acordo "abrangente" na área comercial com a Coreia do Sul, que poderia sair já na semana que vem. Segundo o presidente, outras negociações estão em andamento.

Em sua fala à imprensa, Trump também enfatizou várias vezes o dinheiro investido nos militares. Ele disse que será gasto dinheiro com sistemas nucleares, como submarinos, além da defesa de mísseis.

"Meu objetivo é colocar nosso país em segurança", disse o presidente, que citou também programas de cooperação "com Israel e outros países" em defesa. Ele citou verba para navios da Marinha e 90 jatos F-35.

Trump comentou ainda que US$ 1,6 bilhão do novo orçamento será destinado à construção do muro com o México. Segundo ele, o montante não é o ideal, mas permite começar a obra imediatamente. Ele ainda criticou a oposição democrata, que segundo o presidente não queria um acordo para ajudar os imigrantes ilegais que vieram crianças aos EUA, os chamados dreamers. Na visão de Trump, essa questão está ligada à do muro, mas não houve consenso entre as duas forças políticas sobre o tema.

O presidente pediu que o Congresso altere suas regras de funcionamento. Trump reclamou especificamente da possibilidade de que senadores posam protelar a discussão de projetos, o que atrasa ou mesmo impede votações. Para ele, acabar com isso e tornar o Senado uma Casa com aprovação de medidas por maioria simples é essencial para as leis avançarem.

Trump afirmou também que o governo federal pretende processar algumas companhias farmacêuticas por sua atuação com opioides.

Segundo ele, médicos estão prescrevendo bem menos esse tipo de medicação, o que é algo positivo. O presidente se comprometeu novamente a enfrentar o problema do vício em medicamentos, o que ele qualifica como "a crise dos opioides" no país.

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