EXAME.com (EXAME.com)
Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h44.
Taubaté, SP - A rejeição por parte dos trabalhadores da Volkswagen de um pacote de horas extras e adoção de banco de horas na planta de Taubaté (interior de SP) pode prejudicar os investimentos da montadora, que discute a distribuição de R$ 6,2 bilhões para as fábricas de Taubaté, São Bernardo do Campo (ABC paulista) e São Carlos (interior de SP). A flexibilidade da jornada de trabalho seria uma contrapartida dos trabalhadores e uma das exigências da empresa, feitas em dezembro passado, quando anunciou os investimentos no Brasil.
Em assembleias realizadas na quarta-feira à noite e na quinta-feira pela manhã, os trabalhadores rejeitaram a proposta de mais oito sábados, além dos 12 já previstos para o primeiro semestre, mesmo mediante a promessa da empresa de pagar, além dos adicionais de horas extras, um abono de R$ 700, além da admissão de mais 120 trabalhadores.
"A categoria rejeitou a pauta da empresa porque não quer o banco de horas e prefere que continue sendo dois os sábados trabalhados por mês e que a empresa mantenha ou até amplie o número de vagas abertas", disse o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Taubaté, Isaac do Carmo. No ano passado, acordo semelhante aprovado durante a crise, evitou a demissão de 650 trabalhadores. A empresa queria que o mesmo acordo fosse estendido por mais dois anos.
Segundo ele, um comunicado sobre decisão dos trabalhadores foi enviado à empresa, que ainda não se manifestou. "Esperamos que a Volks apresente uma nova proposta, sem rever a decisão de investir na planta, pois o cenário para o setor é muito favorável", disse.