Alexandre Tombini: "A agência afirmou que temos grau de investimento", disse após conferência, "com isso, duas das três maiores agências confirmaram que o Brasil é grau de investimento" (Antonio Cruz/ABr)
Da Redação
Publicado em 3 de outubro de 2013 às 08h28.
Londres - O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, buscou minimizar a redução da perspectiva do rating brasileiro pela agência de classificação de risco Moody's, lembrando que o Brasil foi confirmado como "grau de investimento".
"A agência afirmou que temos grau de investimento", disse Tombini após conferência em Londres. "Com isso, duas das três maiores agências confirmaram que o Brasil é grau de investimento", acrescentou.
Na noite de quarta-feira, a Moody's reduziu a perspectiva do rating soberano brasileiro para "estável", de "positiva", citando a deterioração da relação dívida/PIB, o nível dos investimentos e o fraco crescimento. Mas reafirmou o crédito a "Baa2", o segundo grau mais baixo de investimento.
A Moody's, a Standard & Poor's e a Fitch Ratings atualmente classificam o Brasil no segundo menor grau de investimento, mas a Moody's era a única que mantinha uma perspectiva positiva. A S&P reduziu a perspectiva para negativa, ante estável, em junho.
Crescimento e inflação
O presidente do BC disse ainda que o crescimento da economia brasileira no terceiro trimestre não será tão fraco como se esperava anteriormente.
"Podemos ter um terceiro trimestre de acomodação, isto é esperado pelos participantes do mercado, mas será mais favorável do que as pessoas estavam esperando", afirmou. O BC revisou a estimativa de crescimento para este ano para 2,5 por cento, ante 2,7 por cento.
Tombini disse ainda que a inflação está recuando em direção ao centro da meta. "A inflação está sob controle. Estamos trazendo ela para perto da meta", afirmou Tombini, em Londres.
Segundo o Relatório Trimestral, o índice oficial de inflação IPCA subirá 5,8 por cento neste ano pelo cenário de referência, ante previsão anterior de 6,0 por cento, e 5,7 por cento em 2014, ante estimativa anterior de 5,4 por cento.
A meta de inflação do governo é de 4,5 por cento, com tolerância de 2 pontos percentuais.
O presidente do BC também disse que qualquer normalização da política monetária dos EUA, mesmo criando volatilidade, é "positiva" por refletir a recuperação econômica dos EUA e ao redor do mundo.
Segundo ele, o Brasil tem ferramentas para lidar com a redução do programa de estímulo do Federal Reserve e com qualquer problema como teto da dívida dos EUA.
"Não estamos preocupados com nenhum assunto específico", disse durante a conferência. Para ele, caso os EUA não consigam elevar o teto da dívida, "não será construtivo para economia mundial, mas temos instrumentos para lidar com ambientes voláteis." Ele citou as reservas internacionais e o fluxo saudável de investimento estrangeiro direto, que deve ficar em cerca de 60 bilhões de dólares neste ano.