Economia

Tombini aponta 'grande turbulência' na economia global

Presidente do BC defende mais atuação do governo no combate a crise

Segundo Tombini, os problemas atuais são reflexo da crise de 2008 (Wikimedia Commons)

Segundo Tombini, os problemas atuais são reflexo da crise de 2008 (Wikimedia Commons)

DR

Da Redação

Publicado em 27 de setembro de 2011 às 13h03.

Brasília - O presidente do Banco Central (BC), Alexandre Tombini, disse hoje que o momento atual é de "grande turbulência" na economia mundial. Durante audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, ele disse que o quadro reforça o entendimento de que é preciso uma "reação das autoridades, sobretudo do BC, um esforço analítico redobrado para agir e uma leitura mais precisa possível da economia mundial e das repercussões".

Tombini observou que o Brasil tem sido convidado a todos os principais fóruns internacionais para debater e avaliar a crise financeira. Essa posição, explica, dá uma "visão privilegiada" para avaliar a situação da crise e as consequências desse ambiente.

O presidente do BC explicou que a crise vivida atualmente ainda é consequência da crise de 2008. "Isso tornou-se mais complexo nos meses recentes, nas semanas recentes. É algo que nós já havíamos alertado", disse. Ele acrescentou que a exposição do sistema bancário dos Estados Unidos às hipotecas geradas naquele mercado acabou se expandindo e se tornou também uma crise no mercado de reserva interbancária. "Com isso, outros mercados, como a Europa, sofreram as consequências daquela crise".

Para Tombini, as principais economias estão atualmente "com menos munição" para reagir a uma eventual piora do quadro econômico internacional. Ele disse que, em 2008 e 2009, "houve reação sem precedentes do G-20" à crise financeira. "Era para evitar uma depressão, uma recessão econômica. Pode se dizer que foi uma resposta que gerou resultados e, a partir do 2º trimestre de 2009, houve alguma recuperação das economias maduras, mas não pareceu sustentável", disse.

O presidente do BC afirmou que essas políticas econômicas geraram consequências, como o forte custo para as contas públicas nas principais economias do globo. "Muitas dessas economias usaram grande quantidade de estímulos e não tiveram oportunidade de reverter esses estímulos. Essas economias têm menos munição para tratar da crise", disse. Uma das principais consequências citadas por Tombini foi a rápida piora dos indicadores de dívida de economias como Estados Unidos, Japão e Europa.

Acompanhe tudo sobre:Alexandre TombiniBanco CentralCrise econômicaEconomistasMercado financeiroPersonalidades

Mais de Economia

Qual é a diferença entre bloqueio e contingenciamento de recursos do Orçamento? Entenda

Haddad anuncia corte de R$ 15 bilhões no Orçamento de 2024 para cumprir arcabouço e meta fiscal

Fazenda mantém projeção do PIB de 2024 em 2,5%; expectativa para inflação sobe para 3,9%

Mais na Exame